artigo cristina e altemar pronto

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USO DE AMBIENTES INFORMATIZADOS NA PRÁTICA DO PROFESSOR DE INFORMÁTICA DO ENSINO SUPERIOR PRIVADO

VIRTUAL ENVIRONMENTS AND THE PRACTICE OF COMPUTER SCIENCE` PROFESSORS AT SUPERIOR EDUCATION PRIVATE SCHOOLS Altemar Sales de Oliveira LATEC/UFRJ [email protected] Cristina Haguenauer LATEC/UFRJ [email protected] Francisco Cordeiro Filho [email protected]

Resumo: Este trabalho apresenta uma análise da prática do professor de informática no Ensino superior Privado. Seu objetivo consiste em esclarecer os motivos pelos quais ocorre a subutilização ou não utilização dos recursos de informática educativa na prática docente. Apresenta-se o resultado de uma pesquisa de campo onde foram realizadas entrevistas com docentes e alunos em duas instituições de ensino superior privado. Palavras-chave: Ensino Superior, informática educativa, ensino de informática.

Abstract: This article presents an analysis of the practice of the computer

science professor at Private Superior Education Institutions. Its main objective consists of clarifying the reasons for the sub use or the lack of use of practical educative computer science resources at in the educational process. The result of a field research is presented where interviews with professors and students in two superior education private institutions had been carried through. Keywords: Superior education, Computer Science, teching methodologies.

Introdução O texto apresenta uma introdução sobre o quadro atual do ensino computacional, sua importância, as dificuldades enfrentadas, a definição do estudo, os objetivos, metodologia e o quadro teórico.

Objetivos O presente estudo pretende identificar as dificuldades mais freqüentes de professores que atuam em duas instituições de ensino superior (IES) em relação á 1

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utilização de recursos da informática em sua prática docente. No momento em que se acentua cada vez mais o papel das tecnologias da informação e da comunicação na capacitação dos indivíduos e que, portanto, tornase impossível obter em curto espaço de tempo a atualização necessária para a implementação de ações que contribuam para o processo de decisão sempre presente na vida profissional, torna-se oportuna uma avaliação dos ambientes das IES, que possuem aparatos informacionais e investigar em que medida estes atendem às necessidades dos professores que os utilizam. O estudo em pauta pretende representar uma contribuição para uma melhor utilização dos recursos computacionais disponíveis nas IES e para isso tem por objetivos: (a) identificar a disponibilidade de recursos informacionais nas IES para professores e alunos; (b) estabelecer em que medida os professores utilizam esses recursos na sua prática docente e (c) levantar os fatores que impedem os professores de utilizar os recursos informacionais em sua atividade docente. Para esse fim foram formuladas as seguintes questões: (a) As instituições disponibilizam para alunos e professores recursos de informatização suficientes para atendimento de uma formação profissional adequada? (b) Em que medida ocorre a utilização dos recursos computacionais em sala de aula e com que finalidade? Quais são os fatores que impedem os professores de uma plena utilização dos recursos computacionais? Metodologia O estudo tem caráter exploratório, natureza empírica e qualitativa e é aplicado a duas instituições de ensino superior privado: uma no município de Nova Iguaçu e outra no município do Rio de Janeiro. A escolha dessas instituições foi feita pela importância estratégicas que elas possuem no Estado do Rio de Janeiro. Acredita-se que a melhor forma de conduzir a pesquisa de campo, foi a utilização de questionários e entrevistas junto a coordenadores, professores e alunos das instituições. Foram escolhidas duas turmas de último período dos curso de graduação em informática, uma em cada instituição, constituídas de 20 alunos, cada, 4 professores dessas turmas, dois de cada turma, e dois coordenadores de curso, um de cada instituição, num total 46 indivíduos.

Educação e novas tecnologias As recentes contribuições das teorias de aprendizagem destacam a necessidade de uma maior interatividade entre os alunos e os objetos de estudo através do acesso a recursos que estimulem os seus diferentes níveis de percepção, criando assim novas oportunidades de aprendizagem. Os chamados ambientes virtuais de aprendizagem podem acessar informações de diferentes origens sob a forma de bancos de dados disponíveis para o uso de metodologias de ensino que mantém a atenção dos usuários, gerando curiosidade, desafios e prazer na busca de novos conhecimentos. Nesse sentido, constata-se uma tendência das IES adquirirem programas (softwares) contendo aplicativos voltados para situações que abordem: (a) a resolução de problemas, (b) produção de músicas, (c) controle de processos, (d) construção de planilhas eletrônicas, (e) banco de dados e de imagens e (f)

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sistemas de autoria, construção e transformação de gráficos. As Instituições de Ensino Superior (IES) precisam definir sua posição e seu espaço nesse novo mundo, em que a informação e o conhecimento são obtidos de forma diversificada, em amplo número de fontes. Nesse novo contexto, educar deve ser, então, colaborar para que alunos estejam inseridos num processo permanente de aprendizagem. Só assim, terão consciência da evolução acelerada do arsenal de informações e de conhecimentos a que estamos submetidos atualmente.

Segundo Moran: “Ensinar e aprender são os desafios maiores que enfrentamos em todas as épocas e particularmente agora em que estamos pressionados pela transição do modelo industrial para o da informação e do conhecimento.“ (Moran 2000, p.12). Nesse contexto, o computador passa a ocupar um lugar central em nossa sociedade, devido, principalmente, às suas características de armazenagem e manipulação de dados, aliadas à capacidade de visualização de imagens. Ao mesmo tempo, o computador ressurge como uma ferramenta capaz de potencializar a capacidade de aprendizagem nas escolas. O papel do professor sofre profundas alterações ao recorrer às tecnologias da informação – ao invés de reproduzir discursos já exauridos em seus conteúdos – devendo oferecer ao aluno condições de se apropriar dos conhecimentos, com sua própria iniciativa, autonomia e interagir ativamente com o mundo que o cerca. Segundo Valente (1998), para implantar o computador na Educação, são necessários o computador, o software educativo e o professor capacitado para usar os recursos como meio educacional e o aluno. Tendo em vista a prática docente no Ensino Superior, uma das possibilidades de uso do computador consiste em sua utilização como máquina de ensinar, podendo esse, munido de um software, ensinar o aluno (Valente, 1998). Como evidência dessa assertiva, o computador surge nas instituições como ferramenta educacional para a manipulação de dados, obtenção de informações e de imagens, de diferentes fontes. Por outro lado, o professor passa a atuar como organizador da aprendizagem, não tendo que assumir a antiga condição de simples detentor de conhecimentos e de reproduzi-los acriticamente numa turma de alunos passivos. A ampliação dos serviços prestados pelos sistemas computacionais nas instituições procurou assim atender a demandas de controle e de estratégias de ensino cada vez mais sofisticadas. Para uma plena e competente utilização desses investimentos, as instituições de ensino precisam portanto, dispor de profissionais

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tecnicamente e pedagogicamente capazes para uma conveniente inserção do aparato na atividade docente. Strauss (2003), destaca a dificuldade das instituições em dispor de professores que utilizem em suas aulas as tecnologias educacionais, acentuando que os alunos não teriam acesso a ambientes virtuais de aprendizagem, apesar da considerável existência de softwares educativos. Cria-se nesse quadro, um impasse, quando se observa de um lado uma ampla demanda de indivíduos que precisariam acessar as tecnologias da informação e do outro lado uma grande oferta de recursos e pouca coisa acontecendo nas instituições, fortalecendo-se aí a hipótese de que os professores enfrentam dificuldades em lidar com a informatização. De acordo com as orientações da nova LDBEN, extensiva a todos os níveis de ensino, existem recomendações para que os professores entrem em contato com as novas linguagens de comunicação utilizando-as em sua prática docente. Outra possibilidade da utilização do computador no processo ensino-aprendizagem, segundo Valente, consiste em que o aluno, através do software, “ensine“ o computador (Valente, 1998). Ou seja, o aluno utiliza o computador como ferramenta para desenvolver algo. O uso do computador, neste caso, pode ser feito por intermédio de aplicativos, da resolução automatizada de problemas, da produção de música, dos programas de controle de processos e do computador como comunicador, como no caso do uso de editores de textos, planilhas eletrônicas, banco de dados, sistemas de autoria e de construção e transformação de gráficos. Ao mesmo tempo, os ambientes informatizados (AIs) assumiram uma importância significativa, no que se refere ao apoio tecnológico ao ensino. Nesse mundo virtual, o papel do professor modifica-se. De acordo com Valente (1998, p6), “a verdadeira função do aparato educacional não deve ser a de ensinar mais sim a de criar condições de aprendizagem”. O computador na Educação provocou reflexões quanto ao papel do professor. O acesso cada vez mais facilitado a um grande arsenal de informações contribui para desmistificar a figura do professor como o detentor e transmissor de todo o conhecimento. Segundo Silva (2000), é necessário investir na formação dos professores, no sentido de que esses utilizem adequadamente os recursos da informática em sua prática educacional. O que aponta para o fato de que há necessidade de repensar a prática docente do Ensino Superior.

Computador na escola Vive-se um período marcado pela crescente expansão da tecnologia, em particular a Tecnologia da Informação, pois a mesma se encontra em todos os segmentos da sociedade e aplicada às diversas áreas de conhecimento. Paralelamente, recursos computacionais vêm sendo disponibilizados aos alunos cada vez em maior escala, uma vez que a oferta de recursos computacionais vem sendo considerada, pelas instituições de ensino superior privado, como uma estratégia de conquista de demanda, ou seja, um fator positivo para atrair alunos.

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Segundo Wreford (2003), a simples aquisição de computadores, por parte das instituições de ensino, não é o suficiente para afirmar que estas já se encontrem dentro do processo de ensino-aprendizagem informatizado, uma vez que, mais importante do que adquirir recursos computacionais, é saber como usá-los para oferecer uma educação de qualidade. Sem que o professor tenha uma formação adequada, o computador torna-se uma “peça de adorno“ dentro das instituições de ensino. Acrescenta-se a isso a afirmação de que as Instituições de Ensino Superior (IESs) têm encontrado dificuldades de formar professores para lidar com a tecnologia digital (Meirelles, s.d). Seguindo a mesma idéia do autor supracitado, Strauss (2003) afirma que, dentro das IESs públicas e privadas, o que impede o uso dos ambientes virtuais de aprendizagem é a própria falta de professores habilitados para tal. Não é pouca a quantidade de software educativos (Campos, s.d), que tem sido produzidos e comprados por instituições de ensino. Grande parte desses sistemas são de baixa qualidade (Silva, 2001). Diante do conflito formado de um lado pela ampla demanda e a aparentemente também ampla oferta de recursos computacionais nas instituições de ensino superior privado, e de outro Aldo por professores despreparados para integrar as tecnologias da informática no processo educativo, faz-se necessário um questionamento mais amplo: os professores realmente utilizam os softwares educacionais e a Internet? de que forma isto acontece? A partir desse questionamento inicial, moldou-se a investigação sobre do uso de Ambientes Informatizados pelos professores de Informática em Instituições de Ensino Superior Privado. Uso da tecnologia na educação O MEC (s.d) recomenda que todos os futuros professores saibam lidar com novas tecnologias com fins pedagógicos. Ao mesmo tempo, as IES necessitam de docentes qualificados e com disposição para abraçar essa nova bandeira: a aprendizagem virtual. Por esse motivo, educadores das mais diversas áreas do saber, desde que comprometidos com o ensino, não podem colocar os Ambientes Virtuais fora das práticas didáticas. Usar o computador dentro e fora da sala de aula, como uma ferramenta de apoio, no momento propício, é fundamental para o sucesso do conjunto aluno-máquina. Saber lidar e adaptar ao manuseio de equipamentos ao ensino, utilizando-os em todo o seu potencial, sem perder o foco de formar um cidadão, é o objetivo central desse processo (Aoki, 2001). Para Santos (2004), construir o conhecimento é colocar, de lado, a imitação cega e submissa, dando vida a indivíduos questionadores, críticos e pensadores. Incentivar as pesquisas, estimular para a criação do novo e estabelecer um pensamento crítico, é o alicerce para a construção do conhecimento. A educação não é, meramente, um conjunto transferido de saberes as pessoas. O saber não é algo imutável ou uma cópia acabada (Freire, 1996). Assim, é necessário alcançar novos horizontes, romper as barreiras e transformar a realidade vivida; isto é construir o conhecimento. Moran (1997) afirma que durante a construção do conhecimento, em ambientes informatizados, existe maior ”liberdade‘ e menos regras rígidas. Essa construção tem seus pilares, a partir da organização e razão sensorial. Criam-se convergências e divergências instantâneas. Surge a necessidade de se pensar em vários assuntos ao mesmo tempo e de respostas em fração de tempo menores. O papel da

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Educação passa a ser o de possibilitar a formulação de perguntas e a descobertas de respostas, rápidas ou a longo prazo. A utilização das tecnologias auxilia a Educação, fornecendo um modelo de ensino participativo, interativo e de colaboração. O uso dessas tecnologias amplia o leque de ferramentas auxiliares na construção do conhecimento. Aplicar o conceito de AVA é relacionar o ato de aprender, por intermédio de recursos computacionais, onde haja interação, cooperação, análise e observação, com o objetivo de auxiliar à aprendizagem.

A resistência ao uso das novas tecnologias Mesmo diante do desenvolvimento acelerado da Tecnologia e da Comunicação, muitos docentes ainda se restringem à utilização de vídeos e ao retro projetor como recursos durante a sua prática de ensino (Belintane, 2000), demonstrando uma resistência ao uso das tecnologias. Segundo Grégio (2004), os profissionais da Educação trazem consigo uma grande resistência a novos métodos na educação. Esse mesmo autor afirma que existem poucos docentes qualificados a utilizarem ferramentas informatizadas. Segundo Aoki (2001), o cenário atual das escolas é de profissionais arraigados a métodos de ensino tradicionais e visão de transmitir conhecimentos, deixando de lado, a construção desses conhecimentos, mesmo usufruindo de todos os recursos que a Informática proporciona. Mudar a forma tradicional de ensino é um grande desafio. Introduzir as novas tecnologias da informação e da comunicação (NTICs), no processo de ensinoaprendizagem, requer um enorme investimento, tanto em termos de capacitação, quanto em termos de mudança de cultura dos profissionais da educação. Mesmo com a multiplicação de programas voltados para a capacitação dos educadores no uso da informática, os resultados ainda são modestos no sistema educacional como um todo (Motta, 2003). Faz –se necessário que o professor tenha uma formação tecnológica complementar, para que o mesmo utilize como estratégia educativa os recursos computacionais (Valente, 1998). Em concordância com esse pensamento, Aoki (2001) afirma que a resistência em participar é eminente para uma grande maioria dos docentes, mesmo quando as escolas oferecem cursos para qualificação docente. Aoki (2001) revela ainda, em sua pesquisa, que a grande maioria dos professores nunca utilizaram os recursos da informática educativa e constatou o pouco interesse na mudança de metodologia, mesmo com a disponibilidade de infraestrutura para esse fim. Com base nas reflexões apresentadas acima, é possível afirmar que ainda existe um grande número de docentes sem formação para atuarem com tecnologia e com pouca ou nenhuma motivação para utilizar ambientes informatizados em sua prática educacional.

Como são utilizados os computadores nas escolas? Como parte deste estudo, foram realizadas entrevistas e aplicados questionários, com professores e coordenadores de duas instituições privadas de ensino superior IESs (uma localizada em Nova Iguaçu e a outra no Rio de Janeiro). Com base nas respostas obtidas das entrevistas e questionários, observamos que as escolas possuem infra-estrutura para adotar o uso de ambientes informatizados (AIs) na

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prática docente do Ensino Superior da Informática. Há semelhanças entre as escolas quanto a uso de softwares: pode-se levantar a existência de Office ou equivalente, softwares voltados a programação e ferramentas; o uso de softwares educativos não foi constatado. Grande parte dos professores afirmou utilizar o computador como recurso educacional para auxiliar o processo de ensino-aprendizagem. Como a grande maioria dos professores questionados pertence à área de Ciências Exatas e da Terra, concluímos que eles deveriam estar familiarizados com o uso de recursos tecnológicos. Pode-se acrescentar que esse resultado demonstra consonância com a informação de que a maioria usa o computador na prática docente. No entanto, ao serem questionados sobre a forma de utilização do computador, a maioria relatou que o fazem para realizarem tarefas pessoais de trabalho (e-mail, edição de textos, de tabelas, ferramentas da Internet e etc), e apenas uma pequena parcela citou sua utilização como auxiliar no processo ensino-aprendizagem, o que indica uma contradição de resultados. Conforme descrito anteriormente, subutilizar o computador significa optar por usá-lo como máquina de ensinar. Assim, basta observar, por intermédio da figura 1, que tipo de prática o aluno adota, usando ambientes computacionais durante a sua aprendizagem.

Figura 1: Utilização de ambientes computacionais.

Os docentes que responderam que NÃO utilizavam o computador em suas atividades de ensino revelaram como principal fator para esta postura, uma tentativa frustrada do uso do computador. É interessante notar que nenhum desses indivíduos mencionou os motivos: a) falta de conhecimento para usar o computador, b) posição contrária ao uso, c) falta de horário para uso dos laboratórios e d) falta de incentivo por parte da Instituição. Como nenhum dos entrevistados optou pela falta de conhecimento e/ou posição contrária ao uso, pode-se afirmar que todos, de alguma forma, acharam estar aptos para usar o computador na prática educacional. A afirmativa dos que alegaram não existir computadores na instituição opõe-se à informação revelada pela pesquisa de campo que confirma a existência de, em média, 1(um) equipamento para cada 2(dois) alunos, nos laboratórios das IES.

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Em relação ao uso do computador pelos alunos, os resultados apontaram que 12% utilizavam softwares educativos e 16% em revisão das aulas ministradas. A interação com jogos educativos apresentou um percentual de 4%. Quanto à opção sobre a interação com simuladores de modelos, pode-se afirmar que sua percentagem se revelou nula. O uso de planilhas, editores e etc...mostrou-se significativo, pois 32% dos professores assinalaram essa opção e o mesmo percentual (32%) afirmou construir o conhecimento. No caso do desenvolvimento de soluções automatizadas para resolver problemas, também, foi revelado um resultado pouco expressivo (4%) (figura 2).

Figura 2: uso do computador pelo aluno. Ainda nesse contexto, observamos que a segunda maior parte dos entrevistados utilizaram AIs como editores de texto, planilhas e programas de apresentações, o que indica o possível uso da abordagem máquina de ensinar por esses professores. Será que se pode, então, constatar à subutilização dos AIs na Docência do Ensino Superior? Outros fatores podem remeter à essa mesma questão. Por exemplo, nenhum docente afirmou usar simuladores de modelos para o ensino; e uma minoria apontou a utilização de jogos educativos para soluções automatizadas durante a prática educacional. Não houve um consenso entre os entrevistados quanto a utilização do computador como construtor do conhecimento; no caso da primeira IES, a maioria dos professores não evidenciavam preocupação com a construção do conhecimento enquanto na segunda IES, alguns professores demonstraram uma utilização neste sentido. Vale lembrar que, de acordo com a literatura abordada neste trabalho, essa abordagem pode implicar na construção do conhecimento, usando AIs.

Dos entrevistados que afirmaram utilizar o computador para construir conhecimento (Figura 3), pode-se constatar, por intermédio dos gráficos das figuras 4 e 5, que a 8

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maioria dos professores entraram em contradição, pois não assinalaram nenhuma das opções que tivessem conformidade com a abordagem computador como ferramenta de aprender. Vale lembrar que, de acordo com a literatura abordada neste trabalho, essa abordagem pode implicar na construção do conhecimento, usando AIs.

Figura 3: Uso de Ambientes informatizados na construção do conhecimento.

Figura 4: Ferramenta para aprender x Máquina de ensinar.

No gráfico da figura 5, os resultados obtidos na questão “o aluno utiliza a Internet para...” foram: com relação a pesquisas fora da sala de aula, 17% fez uso dessa opção. E quanto às pesquisas dentro e fora da sala de aula, o número resultante foi maior que a do item anterior. Ou seja, 23% dos entrevistados assinalaram essa alternativa. O uso de recursos para auxiliar na construção cooperativa atingiu 19%. As opções sobre esclarecimento de dúvidas fora da sala de aula e pesquisa para resolução de problemas registraram 10% e 12%, respectivamente. O percentual correspondente a aquisição de materiais elaborados pelo professor foi de 12%. Finalizando com um índice não expressivo em relação aos itens anteriores, está a opção — colaboração na construção coletiva ou cooperativa“, que contabilizou 9

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apenas 7%. Pode-se afirmar que, dentre os professores que utilizaram a Internet no processo de ensino, menos de 50%, talvez, usaram-na como ferramenta de aprender.

Figura 5: Utilização da Internet pelo aluno.

Em continuidade com a análise dos resultados, a seguir, estão descritos os resultados obtidos na instituição denominada B(IES B), localizada no Rio de Janeiro. Nessa IES, foram entrevistados 11 professores (35%). Sendo que o responsável pelo curso de Informática na Instituição, também, respondeu a um questionário (Anexo II), abordado anteriormente, cujo objetivo era o levantamento dos dados relativos à infraestrutura para funcionamento do referido curso. Com base nas respostas obtidas com a aplicação desse último questionário mencionado, essa IES possuía de 31 a 50 professores de graduação, de 201 a 500 alunos, 4 laboratórios, contendo computadores do tipo Pentium II e Pentium IV, ou equivalentes a ambos; sendo determinado, no máximo, dois alunos para cada microcomputador. Esses computadores estavam ligados em rede. Com relação aos softwares instalados, pode-se levantar a existência de: Office ou equivalente, software voltados a programação e ferramentas case. Ou seja, não foi indicada a existência de software educativo. Os alunos apontaram que utilizam a internet para pesquisas tanto dentro como fora da sala de aula para resolução de problemas e registraram que também a utilizam para aquisição de materiais elaborados pelo professor. Um índice não expressivo na segunda IES fez referencia quanto à utilização para “colaboração na construção coletiva ou cooperativa”. Com os resultados obtidos, pode-se afirmar que, dentre os professores que utilizaram a Internet no processo de ensino, 45% não usam a 10

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abordagem ferramenta de aprender e, conseqüentemente, não contribuem para a construção do conhecimento. Ainda nesse contexto, observando-se o gráfico da figura 5, pode-se notar que a maior parte dos entrevistados utilizaram AIs como editores de texto, planilhas e programas de apresentações, o que indica o possível uso da abordagem máquina de ensinar por esses professores. Será que se pode, então, constatar à subutilização dos AIs na Docência do Ensino Superior? Outros fatores podem remeter à essa mesma questão. Por exemplo, nenhum docente afirmou usar simuladores de modelos para o ensino; e apenas 4% utilizaram jogos educativos para soluções automatizadas durante a prática educacional.

Considerações Finais Este trabalho teve como objetivo esclarecer os motivos pelos quais ocorre a subutilização ou não utilização dos AIs na docência do Ensino Superior em instituições privadas, mais especificamente, considerando cursos da área de Informática. Considerou-se como subutilização o uso inadequado dos AIs, tendendo a reproduzir procedimentos tradicionais caracterizados como máquina de ensinar, abordados anteriormente nesse estudo. O que se contrapõe a isso consiste em construir conhecimento, usando a abordagem do computador como ferramenta de aprender. Apesar dos resultados não poderem ser generalizados, visto que se tratou de um estudo de caso em apenas duas instituições de ensino, pode-se afirmar que o trabalho é válido. Mesmo com essas restrições, acredita-se que a realização desse estudo trouxe contribuições teóricas e práticas quanto à satisfação do objetivo proposto, já que indicou um caminho possível para descobrir se os docentes utilizavam os AIs em sua prática e como esse uso se estabelece. Tendo como base a análise dos resultados, foi possível identificar que: a)a hipótese foi comprovada parcialmente, visto que se pode concluir que a maioria dos consultados subutilizavam os AIs; b) é necessário, até mesmo como perspectiva futura, após a divulgação deste trabalho, continuar esta pesquisa, tendo em vista alcançar uma quantidade mais expressiva de instituições e, também, estender a coleta de dados aos alunos, a fim de comprovar o tipo de prática docente relatada, por intermédio dos questionários aos professores. Foi possível, também, concluir que: a) em ambos os casos, a partir da análise dos resultados obtidos, a maioria afirmou utilizar o computador na prática docente; b) em ambas, a maioria dos professores questionados pertenciam à área de Ciências Exatas e da Terra; c) os professores das IES utilizavam o computador como máquina de ensinar; d) uma minoria utilizava a Internet, considerando a construção do conhecimento e, conseqüentemente, a abordagem ferramenta de aprender; e) a maior parte dos professores acharam que estavam aptos para usar o computador na prática educacional; f) na primeira IES, os docentes usavam a abordagem ferramenta de ensinar, em oposição a segunda IES em que os professores utilizam o computador como ferramenta de aprender e g) no caso da primeira IES, a maioria não usava a construção do conhecimento enquanto na segunda IES sim. Por fim, pode-se concluir, com base nas as observações realizadas no âmbito deste trabalho, que a principal causa para a subutilização ou não utilização dos AIs no processo ensino – aprendizagem é a má formação dos docentes.

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