Agrupamento de Escolas de Santiago do Cacém

INSPECÇÃO-GERAL DA EDUCAÇÃO Avaliação Externa das Escolas Relatório de escola Agrupamento de Escolas de Santiago do Cacém Delegação Regional do Ale...
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INSPECÇÃO-GERAL DA EDUCAÇÃO

Avaliação Externa das Escolas Relatório de escola

Agrupamento de Escolas de Santiago do Cacém

Delegação Regional do Alentejo da IGE Datas da visita: 9 a 11 de Novembro de 2010

I – INTRODUÇÃO A Lei n.º 31/2002, de 20 de Dezembro, aprovou o sistema de avaliação dos estabelecimentos de educação pré-escolar e dos ensinos básico e secundário, definindo orientações gerais para a auto-avaliação e para a avaliação externa. Após a realização de uma fase-piloto, da responsabilidade de um Grupo de Trabalho (Despacho Conjunto n.º 370/2006, de 3 de Maio), a Senhora Ministra da Educação incumbiu a Inspecção-Geral da Educação (IGE) de acolher e dar continuidade ao programa nacional de avaliação externa das escolas. Neste sentido, apoiando-se no modelo construído e na experiência adquirida durante a fase-piloto, a IGE está a desenvolver esta actividade, entretanto consignada como sua competência no Decreto Regulamentar n.º 81-B/2007, de 31 de Julho. O presente relatório expressa os resultados da avaliação externa do Agrupamento de Escolas de Santiago do Cacém, realizada pela equipa de avaliação, na sequência visita efectuada entre 9 e 11 de Novembro de 2010. Os capítulos do relatório – Caracterização do Agrupamento, Conclusões da avaliação por domínio, Avaliação por factor e Considerações finais – decorrem da análise dos documentos fundamentais do Agrupamento, da sua apresentação e da realização de entrevistas em painel. Espera-se que o processo de avaliação externa fomente a autoavaliação e resulte numa oportunidade de melhoria para o Agrupamento, constituindo este relatório um instrumento de reflexão e de debate. De facto, ao identificar pontos fortes e pontos fracos, bem como oportunidades e constrangimentos, a avaliação externa oferece elementos para a construção ou o aperfeiçoamento de planos de melhoria e de desenvolvimento de cada escola, em articulação com a administração educativa e com a comunidade em que se insere. A equipa de avaliação externa congratula-se com a atitude de colaboração demonstrada pelas pessoas com quem interagiu na preparação e no decurso da avaliação.

O texto integral deste relatório, bem como o contraditório apresentado pelo Agrupamento, estão disponíveis no sítio da IGE na área

Avaliação Externa das Escolas 2010-2011

E S C A L A D E A V ALI A Ç Ã O N í v e i s d e c l a s s i fi c a ç ã o d o s cinco domínios

MUITO BOM – Predominam os

pontos fortes, evidenciando uma regulação sistemática, com base em procedimentos explícitos, generalizados e eficazes. Apesar de alguns aspectos menos conseguidos, a organização mobiliza-se para o aperfeiçoamento contínuo e a sua acção tem proporcionado um impacto muito forte na melhoria dos resultados dos alunos.

BOM – A escola revela bastantes

pontos fortes decorrentes de uma acção intencional e frequente, com base em procedimentos explícitos e eficazes. As actuações positivas são a norma, mas decorrem muitas vezes do empenho e da iniciativa individuais. As acções desenvolvidas têm proporcionado um impacto forte na melhoria dos resultados dos alunos.

SUFICIENTE – Os pontos fortes e os

pontos fracos equilibram-se, revelando uma acção com alguns aspectos positivos, mas pouco explícita e sistemática. As acções de aperfeiçoamento são pouco consistentes ao longo do tempo e envolvem áreas limitadas da escola. No entanto, essas acções têm um impacto positivo na melhoria dos resultados dos alunos.

INSUFICIENTE – Os pontos fracos

sobrepõem-se aos pontos fortes. A escola não demonstra uma prática coerente e não desenvolve suficientes acções positivas e coesas. A capacidade interna de melhoria é reduzida, podendo existir alguns aspectos positivos, mas pouco relevantes para o desempenho global. As acções desenvolvidas têm proporcionado um impacto limitado na melhoria dos resultados dos alunos.

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II – CARACTERIZAÇÃO DO AGRUPAMENTO O Agrupamento de Escolas de Santiago do Cacém, constituído no ano lectivo de 2003-2004, situa-se no concelho de Santiago do Cacém, distrito de Setúbal, e presta serviço à população das freguesias de Abela, Santa Cruz, S. Bartolomeu da Serra, S. Francisco e de Santiago do Cacém. Tem sede na Escola Básica Integrada Frei André da Veiga e agrupa onze unidades de educação pré-escolar e do 1.º ciclo do ensino básico: Jardins-deInfância de Abela e de Relvas Verdes, Escola do 1.º Ciclo do Ensino Básico com Jardim-de-Infância de Aldeia de Chãos, Escolas do 1.º Ciclo do Ensino Básico de S. Bartolomeu da Serra, Relvas Verdes, Abela, Boticos 2, Santa Cruz e de Cruz de João Mendes e dois pólos de Educação Pré-Escolar Itinerante de Roncão e de S. de Bartolomeu da Serra. Caracterizado pela grande dispersão geográfica dos seus estabelecimentos, a EB1 de Boticos 2, o mais afastado, dista da Escola-Sede 20 km. O concelho em que se localiza o Agrupamento faz parte da unidade territorial do Alentejo Litoral e é um dos mais extensos do país, com uma área de 1 059,8 km2. No plano demográfico, a informação contrapõe dois cenários opostos. Se, por um lado, as projecções apontam para o progressivo envelhecimento e redução do número de habitantes, por outro, a proximidade do Complexo Industrial de Sines e o desenvolvimento turístico acalentam expectativas de aumento populacional. A taxa de desemprego é uma das mais altas da região. Os estabelecimentos de educação e de ensino distinguem-se, quanto às condições instaladas, entre a EBI e os que constituem o designado grupo de “escolas rurais”. A Escola-Sede dispõe de um edifício de construção recente, com equipamento adequado, apesar de alguns constrangimentos relacionados com o reduzido número de salas e com a exiguidade dos espaços comuns, tendo em conta o elevado número de crianças e de alunos que a frequenta e a diversidade de actividades. As unidades agrupadas funcionam em edifícios, na sua maioria, de tipologia do Plano dos Centenários, com uma ou duas salas de actividades, revelando, contudo, limitações ao nível dos espaços e dos equipamentos disponibilizados. O Agrupamento é frequentado por 169 crianças na educação pré-escolar e por 760 alunos no ensino básico, repartidos pelo 1.º ciclo (361), 2.º ciclo (234) e pelo 3.º ciclo (155), 56 dos quais têm nacionalidade estrangeira, sobressaindo pelo seu número 22 da Roménia e 10 do Brasil. Beneficiam da acção social escolar 33,3% dos alunos (16,7% no escalão A e 16,6% no escalão B) e têm computador 40%, acedendo à Internet 33,4%. Dos 96 docentes, 50% pertencem ao Quadro do Agrupamento e 28% ao Quadro de Zona Pedagógica. A maior parte (74%) lecciona há mais de 10 anos e tem entre 30 e 50 anos de idade (71%). O serviço não docente é assegurado por 29 assistentes operacionais e técnicos, incluindo a Chefe de Serviços de Administração Escolar. No que diz respeito às habilitações dos pais/mães, 42,1% têm o ensino básico, 19,3% o ensino secundário e 12,7% um grau de ensino superior. Exercem profissões variadas, inseridas em algumas das seguintes categorias mais representativas: “Pessoal dos serviços directos e particulares, de protecção e segurança” (11%); “Operários, artífices e trabalhadores similares das indústrias extractivas e da construção civil” (7%); “Trabalhadores da metalurgia e da metalomecânica e trabalhadores similares” (5%); e “Outros especialistas das profissões intelectuais e científicas” (4%).

III – CONCLUSÕES DA AVALIAÇÃO POR DOMÍNIO 1. Resultados

SUFICIENTE

Os órgãos e as estruturas de coordenação educativa e supervisão pedagógica analisam os resultados escolares e comparam-nos com os da Escola Secundária com 3.º Ciclo Manuel da Fonseca. Também os alcançados nas Provas de Aferição, de 4.º e 6.º anos, são objecto de uma atenção especial e confrontados com os nacionais. A superação das dificuldades, sobretudo, na Língua Portuguesa e na Matemática, determinou a adopção de medidas, nas vertentes da organização e do apoio directo aos alunos. No ano lectivo transacto, a taxa de transição, nos 1.º e 2.º ciclos, foi sempre inferior à nacional, ao contrário do registado no 3.º ciclo. Nas Provas de Aferição de 4.º ano, a percentagem de classificações positivas, em Língua Portuguesa e em Matemática, não só melhorou nos últimos três anos como superou a da população de referência, em 2008 e em 2010. Nas de 6.º ano, em Língua Portuguesa, essa percentagem foi sempre superior à nacional, ainda que regredisse entre o primeiro e o último ano do triénio, e em Matemática apenas a ultrapassou, em 2009. Nos Exames Nacionais do Ensino Básico, e no mesmo período, houve uma assinalável Agrupamento de Escolas de Santiago do Cacém

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descida nas duas disciplinas, divergindo a de Língua Portuguesa da nacional, de forma expressiva, em 2010. Neste ano, não houve abandono escolar. Os alunos, representados nos conselhos de turma, revelam pouco sentido de pertença, têm uma intervenção reduzida e desconhecem os documentos estruturantes. Foram, pontualmente, auscultados sobre a vida escolar e envolvidos na apresentação de propostas de actividades. São responsabilizados pelo cumprimento das regras instituídas, pelo ambiente educativo e pelos resultados escolares. Tomaram conhecimento dos seus deveres e direitos e participaram na discussão dos aspectos relacionados com o comportamento. A disciplina, a pontualidade e a assiduidade são avaliadas e constam dos critérios definidos. Os responsáveis estão determinados na melhoria das aprendizagens e dos resultados, numa resposta educativa adequada às necessidades, na valorização do papel da escola na comunidade e no reforço da articulação entre todos os intervenientes no processo educativo. Tirando partido das potencialidades locais, têm procurado proporcionar os meios necessários para a realização de experiências de aprendizagem mais diversificadas, que a natureza do contexto e a forte ligação com as comunidades locais favorecem. O reconhecimento pelos bons resultados individuais esteve na origem do Quadro de Mérito.

2. Prestação do serviço educativo

SUFICIENTE

A coordenação pedagógica e a gestão curricular estão a cargo dos departamentos curriculares, na educação pré-escolar e no 1.º ciclo, e das áreas curriculares, nos 2.º e 3.º ciclos, inexistindo procedimentos que permitam monitorizar o funcionamento destas estruturas. A articulação intra e interdepartamental reflecte-se na realização de actividades comuns, de preferência, nas unidades agrupadas do meio rural, e na promoção da interdisciplinaridade, sendo pouco visível nas acções do Plano Anual de Actividades. A qualidade das interacções propicia a cooperação entre os docentes. Na adequação do trabalho aos grupos e às turmas sobressaem os Departamentos Curriculares da Educação Pré-Escolar e do 1.º Ciclo e os conselhos de turma. Os docentes ajustam o planeamento às crianças e aos alunos e dão conta, de modo regular, do seu cumprimento. Este balanço constitui um dos principais mecanismos de acompanhamento da prática lectiva, a par da informação que os responsáveis das estruturas de coordenação educativa e supervisão pedagógica recolhem e da análise dos resultados escolares. A confiança na avaliação interna é afirmada na elaboração e na partilha de instrumentos e na observância do referencial de critérios aprovado. Para as crianças e alunos com necessidades educativas especiais, foi criada uma Unidade de Apoio à Multideficiência. Entre a referenciação e a concretização da resposta educativa decorre um processo participado e multidisciplinar, com implicação dos pais e encarregados de educação. A avaliação das medidas e da sua eficácia acompanha a das crianças e dos alunos e a dos programas educativos individuais. As dimensões culturais, sociais e artísticas estão associadas à gestão das orientações curriculares e dos conteúdos programáticos e à dinamização de projectos e actividades, adquirindo realce a comemoração de efemérides pelas dinâmicas e oportunidades de aprendizagem geradas e pela projecção do Agrupamento no exterior. O ensino experimental das ciências, presente nas actividades, mostra-se pouco consolidado.

3. Organização e gestão escolar

BOM

Os documentos estruturantes estão articulados e definem as linhas orientadoras para a actividade educativa, as acções para atingir os objectivos traçados e as opções curriculares e organizacionais. A planificação do ano lectivo considerou os resultados da avaliação do anterior e envolveu os diversos órgãos e estruturas. Foram definidos critérios para a distribuição do serviço docente. A gestão dos recursos humanos respeitou as apetências dos profissionais. É dada continuidade ao cargo de director de turma, ao longo do ciclo, não estando, no entanto, definidos critérios para o seu exercício. Os docentes são integrados no Agrupamento pela direcção e pelos coordenadores de departamento curricular. A formação dos profissionais é valorizada e corresponde às necessidades identificadas. A insuficiência de assistentes operacionais tem efeitos negativos no plano interno da organização escolar.

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Regista-se grande assimetria entre a Escola-Sede e os outros estabelecimentos agrupados, em termos de instalações e de espaços. A primeira, cujo edifício está a ser plenamente utilizado desde o início do presente ano lectivo, dispõe de instalações adequadas, os outros destacam-se pela falta de espaços específicos, garantindo, no entanto, o bem-estar dos alunos. Os pais e encarregados de educação, pouco informados sobre os documentos orientadores do Agrupamento, intervêm, predominantemente, nos órgãos em que estão representados. Não obstante manifestarem uma posição muito crítica em relação ao novo edifício e a alguns dos aspectos da sua estrutura física, assumem-se como parceiros da direcção na procura de soluções para os problemas identificados. Os princípios de equidade e justiça estão contemplados nos documentos e são concretizados por medidas de inclusão e de apoio educativo, persistindo, no entanto, diferenças no seio do Agrupamento, entre a Escola-Sede e as unidades agrupadas.

4. Liderança

BOM

Foram definidos objectivos, com base num diagnóstico de análise SWOT (Strengths, Weaknesses, Opportunities and Threats) e estabelecidas prioridades de intervenção, contudo, a inexistência de metas avaliáveis impossibilita a sua monitorização. A mobilização de toda a comunidade escolar centra-se na apropriação dos espaços do novo edifício por todos os níveis de educação e de ensino, não havendo, por enquanto, uma estratégia partilhada para a superação desta realidade. Os diferentes actores conhecem bem as suas áreas de acção, actuam em complementaridade, evidenciando motivação e empenho. Os canais de comunicação garantem uma circulação eficaz de informação. A abertura à inovação está patente, sobretudo, em aspectos organizacionais e menos nas práticas pedagógicas. De salientar a utilização da plataforma Skydrive com reflexos positivos no acesso à informação. No 1.º ciclo, o projecto A Quinta de Educação e Ambiente tem proporcionado actividades de campo, concorrendo para uma maior sensibilização para as questões ambientais e para a familiarização com a actividade experimental das ciências. O Agrupamento estabeleceu parcerias e protocolos e aderiu a projectos, nacionais e regionais, no sentido da prestação de um melhor serviço educativo.

5. Capacidade de auto-regulação e melhoria do Agrupamento

SUFICIENTE

No decurso do segundo período do ano lectivo transacto, foi constituída uma Comissão de Avaliação Interna, por representantes do pessoal docente e não docente, que procedeu, numa primeira fase, à avaliação do grau de satisfação dos encarregados de educação em relação a vários aspectos da organização escolar, através de questionários. A informação recolhida, embora tratada e analisada, não foi divulgada à comunidade. Desconhece-se, por ora, o impacto do trabalho realizado na promoção de acções de melhoria. Embora tenha permitido conhecer alguns dos pontos fortes e fracos, o processo encetado não oferece uma visão plural dos diversos agentes educativos e dos alunos, nem identifica as oportunidades ou os constrangimentos que se colocam ao Agrupamento e à sua dinâmica nos próximos anos.

IV – AVALIAÇÃO POR FACTOR 1. Resultados 1.1 Sucesso académico Os Departamentos da Educação Pré-Escolar e do 1.º Ciclo do Ensino Básico e os conselhos de turma acompanham os percursos educativos das crianças e dos alunos e analisam, com regularidade, os resultados alcançados, processo em que intervêm ainda as áreas disciplinares e o Conselho Pedagógico. Os dados são expostos em Conselho Geral e comparados com os da Escola Secundária com 3.º Ciclo Manuel da Fonseca. Os

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desempenhos nas Provas de Aferição dos 4.º e 6.º anos e nos Exames Nacionais do Ensino Básico também são alvo de atenção, como evidencia o confronto das classificações dos últimos três anos com as nacionais. No ano lectivo anterior, a taxa média de sucesso no ensino básico foi de 92%. A taxa de transição no 1.º e no 2.º ciclo foi inferior à nacional, contrastando com a registada no 3.º ciclo, que se posicionou acima. Nas Provas de Aferição de 4.º ano, a percentagem de classificações positivas, nos últimos três anos, superou a nacional, em Língua Portuguesa e em Matemática, nos anos de 2008 e de 2010. Nas de 6.º ano, e na de Língua Portuguesa, os resultados foram superiores aos nacionais, regredindo, porém, entre 2008 e 2010, de 95,6% para 89% de níveis positivos, enquanto na de Matemática apenas os ultrapassaram em 2009 (79,8%, por comparação com 78,7%), baixando, também, de 78,3%, em 2008, para 75%, em 2010. Nos Exames Nacionais do Ensino Básico, a percentagem classificações positivas desceu de forma acentuada entre 2008 e 2010, de 81,3% para 48,5%, em Língua Portuguesa, e de 71,4% para 51,5%, em Matemática. Na primeira das disciplinas, foi superior à nacional em 2009 (81,8%/71,8%) e, na segunda, nos três anos em análise, se bem que, em 2010, a diferença tenha sido de 0,2% (51,5%/51,3%). No Projecto Educativo foi proposta como meta a manutenção das taxas de insucesso ou a sua redução entre 0,1 e 0,3, facto para o qual não foi dada explicação. Em face das dificuldades detectadas, em especial, nas disciplinas de Língua Portuguesa e de Matemática, foram adoptadas diversas medidas, de que se salientam a adesão ao Programa Mais Sucesso Escola (Turma+), a leccionação, com o mesmo fim, das áreas curriculares de Estudo Acompanhado e de Área de Projecto, no 9.º ano, a constituição de assessorias em Matemática, o Projecto Matemática no 1.º ciclo, o Plano Nacional de Leitura e as actividades da Biblioteca e o reforço dos apoios educativos. Como resposta mais abrangente às necessidades dos alunos, são de mencionar a atribuição de tutorias e a constituição de uma turma de percursos curriculares alternativos. A atenção dada ao significativo número de alunos de nacionalidade estrangeira fundamenta a oferta de Língua Portuguesa não Materna, nos 2.º e 3.º ciclos, e o Projecto Sem Fronteiras, no 1.º CEB. No passado ano lectivo, não houve abandono escolar, contribuindo para tal a criação, em anos anteriores, de cursos de educação e formação, de tipo 2, e de turmas de percursos curriculares alternativos.

1.2 Participação e desenvolvimento cívico Os alunos estão representados nos conselhos de turma, através dos respectivos delegados. Os mais velhos foram ouvidos, no ano transacto, sobre a organização da sala de convívio e dos espaços exteriores e sobre algumas actividades. Desconhecem os documentos fundamentais do Agrupamento, tendo, todavia, analisado, nas aulas de Formação Cívica, a parte do Regulamento Interno que mais lhes respeita. Propuseram actividades e participaram na planificação de Área de Projecto. Na ausência de estratégias e de procedimentos sistemáticos para a auscultação dos alunos, são os docentes titulares de grupo/turma e os directores de turma que acabam por ser os seus porta-vozes. Prevê-se a sua implicação no processo de auto-avaliação, ao longo do corrente ano, e na organização escolar, disponibilizandolhes caixas para sugestões. As responsabilidades que lhes são atribuídas passam pelo cumprimento das regras estabelecidas, por um maior empenho nas tarefas escolares e pelo seu contributo para um ambiente educativo de qualidade, na base de relações de respeito mútuo e de solidariedade. Regista-se o trabalho realizado em Formação Cívica e em Área de Projecto, na educação para cidadania. O sentido de responsabilidade e o interesse, tal como o relacionamento com os outros, são considerados na avaliação. Na ausência de uma estratégia geradora de uma forte identificação com a escola, esta manifesta-se, sobretudo, nas actividades com carácter competitivo do desporto escolar e em iniciativas com projecção no exterior.

1.3 Comportamento e disciplina Ainda que disciplinados, como atesta o facto de, à data desta avaliação, só terem sido aplicadas duas medidas disciplinares sancionatórias de repreensão registada, os alunos são confrontados, nas aulas de Formação Cívica, e de modo recorrente, com a discussão de aspectos relativos ao comportamento e aos respectivos direitos e deveres, com o intuito de se apropriarem do código de conduta instituído e de assumirem o papel que lhes cabe na comunidade educativa. Na Escola-Sede, há, contudo, um reduzido número de alunos que exige uma maior atenção e a intervenção dos directores de turma, em articulação com a direcção e os encarregados

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de educação. Acresce referir que a elevada concentração de crianças e de alunos, nos espaços comuns e de circulação, aliada à insuficiência de assistentes operacionais, no acompanhamento e na vigilância, não concorre, como apontado pelos responsáveis, para um ambiente de serenidade, mais favorável ao curso normal das actividades. No seio da organização escolar, são estabelecidas relações de respeito mútuo entre os alunos e os profissionais, o que contribui para um bom clima educativo e organizacional. A disciplina, a pontualidade e a assiduidade são avaliadas e constam dos critérios definidos.

1.4 Valorização e impacto das aprendizagens O Agrupamento está apostado na melhoria das aprendizagens e dos resultados e na promoção de respostas adequadas às necessidades educativas da população escolar, ao mesmo tempo que procura valorizar o papel da escola na comunidade e consolidar a articulação entre todos os intervenientes no processo de ensino e de aprendizagem. Nesta perspectiva, tem vindo a tirar partido das potencialidades e dos recursos locais, celebrando protocolos com instituições, de forma a facultar um leque de situações de aprendizagem mais amplo, em particular, nas vertentes da educação para a saúde e da educação ambiental. A envolvência rural de um grupo significativo de unidades agrupadas e a forte relação com a comunidade proporcionam um importante conjunto de oportunidades e de experiências educativas. O esforço de integração e o incremento do sucesso escolar está, de igual modo, patente na criação da turma de percursos curriculares alternativos, na adesão ao Programa Mais Sucesso Escolar (Turma+), no apoio aos alunos de nacionalidade estrangeira e na criação da Unidade de Apoio à Multideficiência (UAM). Com o objectivo de estimular a aprendizagem, foi instituído o Quadro de Mérito para os alunos dos 2.º e 3.º ciclos que se evidenciem pelo aproveitamento escolar e pela sua conduta. Com o mesmo fim são de relevar alguns eventos dirigidos à comunidade, no âmbito dos quais são expostos trabalhos e se dá visibilidade à actividade do Agrupamento.

2. Prestação do serviço educativo 2.1 Articulação e sequencialidade A gestão curricular é assegurada, na educação pré-escolar e no 1.º ciclo, pelos departamentos respectivos e, nos 2.º e 3.º ciclos, pelas áreas curriculares disciplinares, se bem que no Departamento de Ciências Sociais e Humanas o trabalho intra-departamental tenha maior notoriedade, mercê da sua reduzida composição. É em sede destas estruturas que são analisados os resultados escolares, elaboradas as planificações, de longo e de médio prazo, definidos os critérios de avaliação, debatidos aspectos didácticos e assuntos de âmbito pedagógico mais alargado. Não existem, porém, formas de monitorização das competências que lhes estão cometidas. A articulação intra e interdepartamental concretiza-se, fundamentalmente, através da realização de actividades entre níveis e ciclos de ensino, em especial, entre a educação pré-escolar escolar e o 1.º ciclo, e da interdisciplinaridade, nos 2.º e 3.º ciclos, projectada em conselho de turma. Tem menor expressão nas acções inscritas no Plano Anual de Actividades. Não obstante o carácter disperso do Agrupamento, o trabalho dos coordenadores de departamento e da Directora garante o seu normal funcionamento. São realizadas, para o efeito, reuniões periódicas e estabelecidos contactos directos. A necessidade de reforçar a articulação interna e de garantir a continuidade curricular esteve na origem do Projecto Matemática, no 1.º Ciclo, e da implicação dos responsáveis pelas áreas curriculares, no planeamento e no acompanhamento das actividades de enriquecimento curricular. Também a transição de crianças e de alunos entre ciclos é bastante cuidada, estando instituídos procedimentos que garantem a circulação de informação sobre os percursos e as necessidades educativas individuais, a atender na constituição de grupos e de turmas. Na transição do ensino básico ao secundário ou na opção por outras ofertas formativas, os alunos são orientados pelos técnicos da Associação de Promoção da Saúde, Desenvolvimento Social e Cultural (Intervir.Com). A qualidade do ambiente educativo propicia o trabalho cooperativo entre os docentes, na produção de materiais e de instrumentos de avaliação, na partilha de experiências e no desenvolvimento de relações de entreajuda. Agrupamento de Escolas de Santiago do Cacém

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2.2 Acompanhamento da prática lectiva em sala de aula O planeamento de curto prazo está a cargo dos docentes, a partir do delineado pelos departamentos curriculares e pelas áreas disciplinares, que o adequam aos grupos e às turmas. A sua monitorização, em sede das estruturas referidas, constitui a principal forma de acompanhamento e de supervisão interna da prática lectiva, complementada pela análise dos resultados escolares. Não são observadas aulas, por parte dos coordenadores de departamento ou dos responsáveis das áreas curriculares. Estes estabelecem, no entanto, contacto frequente com os docentes, muitos de modo informal, e recolhem informação sobre as actividades em curso, o desempenho dos discentes e os obstáculos que surgem. Sempre que se revela necessário, apoiam os menos experientes ou os que se confrontam com dificuldades, aconselhando-os e disponibilizando-lhes materiais. A monodocência, na educação pré-escolar e no 1.º ciclo, e o carácter unitário de algumas unidades agrupadas dão relevo ao departamento curricular como principal instância de articulação entre os docentes, mesmo na adequação do trabalho às crianças e aos alunos. Nos outros ciclos, é nos conselhos de turma que são operacionalizadas estratégias e procedimentos de actuação comuns e procuradas soluções para os problemas que vão surgindo. Foram elaborados projectos curriculares de grupo e de turma, sendo os da educação préescolar e do 1.º CEB mais conhecidos dos pais e encarregados de educação. A avaliação dos alunos é um dos temas de maior convergência entre os docentes. Para o efeito, procederam à definição de critérios para o 1.º ciclo, por ano de escolaridade, em departamento curricular, e para os 2.º e 3.º ciclos, por disciplina e por ciclo, em área disciplinar. Na ausência de procedimentos sistemáticos que garantam a confiança na avaliação interna e nos resultados escolares, assim como de calibragem de testes e de classificações, os docentes aplicam os mesmos instrumentos de avaliação diagnóstica, acordam entre si os conteúdos a observar nos diversos momentos de avaliação e partilham testes, quando leccionam os mesmos anos e as mesmas disciplinas, sendo, por outro lado, implicados na reflexão sobre os resultados da avaliação contínua e na redefinição de estratégias. Na educação pré-escolar, as educadoras utilizam portefólios e listas de verificação relativas às várias áreas de conteúdo das orientações curriculares. Fazem avaliação diagnóstica, embora com recurso a uma ficha descontextualizada, colidindo com os pressupostos das orientações curriculares.

2.3 Diferenciação e apoios O processo de referenciação das crianças e dos alunos com necessidades educativas especiais é iniciado, na maioria dos casos, pelos docentes titulares de grupo/turma ou pelos directores de turma e encaminhado, através da Directora, para o Grupo de Educação Especial. Concluída a avaliação das necessidades individuais, por referência à Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde, por uma equipa multidisciplinar, que implica os encarregado de educação, é elaborado, sempre que se impuser, o Relatório Técnico-Pedagógico e, dependendo das medidas, o Programa Educativo Individual (PEI). Actualmente, são apoiadas cinco crianças da educação pré-escolar, pela Equipa de Intervenção Precoce na Infância, e 33 alunos dos três ciclos, pelos docentes de educação especial. Para maximizar a resposta educativa, foi criada uma UAM e celebrado protocolo com a Cooperativa de Educação e Reabilitação de Crianças Inadaptadas (Cercisiago) e com a Associação Intervir.Com. O trabalho determina a realização de reuniões mensais entre os docentes para planificação e a adopção de práticas de individualização e de diferenciação pedagógicas, de acordo com os PEI. São disponibilizados apoios socioeducativos, no 1.º ciclo, a alunos com dificuldades de aprendizagem, em articulação com os docentes das turmas, que conjugam, para o efeito, os respectivos horários para preparação e reflexão sobre a actividade. A avaliação das medidas e da sua eficácia acompanha a das crianças e dos alunos e a dos PEI. No final do passado ano lectivo, foi elaborado um relatório global de que consta uma apreciação sucinta sobre os resultados, em face do número de transições.

2.4 Abrangência do currículo e valorização dos saberes e da aprendizagem A oferta educativa integra a educação pré-escolar, e as actividades de apoio à família, o 1.º ciclo, complementado pelas actividades de enriquecimento curricular, não obstante a forma crítica como os pais as avaliam, e os 2.º e 3.º ciclos do ensino básico, em que se insere uma turma de percursos curriculares Agrupamento de Escolas de Santiago do Cacém

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alternativos. Em anos anteriores, foram facultados à população escolar cursos de educação e formação, de tipo II, os últimos dos quais concluídos no passado ano lectivo, cursos de educação e formação de adultos, em regime nocturno, de alfabetização e de provas de língua portuguesa, para aquisição da nacionalidade. As dimensões cultural, social e artística decorrem da gestão das orientações curriculares e dos conteúdos programáticos e da concretização de projectos e actividades, em diferentes domínios, como os da saúde, da segurança e do ambiente. O projecto de educação para a saúde, não deixando transparecer um diagnóstico de suporte às actividades previstas nem um princípio estrutural ao nível da prevenção, da capacitação das crianças/alunos e dos seus familiares e do fortalecimento dos contextos envolventes, distingue, como áreas prioritárias, a alimentação, a actividade física e a educação sexual, esta última sem dar cumprimento integral ao estipulado na legislação. São de realçar as efemérides e a sua comemoração, por constituírem momentos privilegiados de interacção entre docentes e alunos, de articulação de saberes interdisciplinares, de realização activa de aprendizagens e de projecção do Agrupamento na comunidade. São, por outro lado, organizadas visitas de estudo e, através delas, o contacto com outros contextos de aprendizagem, apesar das dificuldades na obtenção de transporte. O ensino experimental das ciências mostra-se pouco consolidado, nos diferentes níveis de educação e de ensino, apesar de realizadas actividades de campo e de alguns estabelecimentos se encontrarem apetrechados com equipamento.

3. Organização e gestão escolar 3.1 Concepção, planeamento e desenvolvimento da actividade O Projecto Educativo, para o triénio 2009-10 a 2011-12, define as linhas orientadoras da acção educativa e apresenta como missão a “Promoção da qualidade educativa, construindo uma escola articulada, inclusiva e promotora de cidadãos livres e responsáveis”. Os objectivos elencados, não estabelecendo uma relação directa com as debilidades identificadas, integram um conjunto de acções e são operacionalizados pelo Plano Anual de Actividades. O Projecto Curricular de Agrupamento alude às opções curriculares e organizacionais. A planificação do ano lectivo teve em atenção a avaliação do ano anterior e envolveu as diferentes estruturas de coordenação educativa e supervisão pedagógica, com realce para a coordenação das direcções de turma na harmonização das tarefas com as turmas, na orientação do trabalho com os pais e encarregados de educação e nos procedimentos a adoptar nos conselhos de turma. Os critérios para a distribuição de serviço estão contidos nos documentos e são aplicados de forma criteriosa. Na gestão do tempo escolar na Escola-Sede, prevaleceu a articulação com os transportes escolares. No 1.º ciclo, a viabilização das actividades de enriquecimento curricular determinou a flexibilização do horário, solução pouco consensual entre os pais e encarregados de educação. As orientações gerais para as áreas curriculares não disciplinares constam do Projecto Curricular de Agrupamento. Na leccionação de Formação Cívica e de Estudo Acompanhado, é dada primazia ao director de turma e aos docentes de Língua Portuguesa e de Matemática.

3.2 Gestão dos recursos humanos A gestão dos recursos humanos atende às capacidades dos profissionais. Nos documentos de planeamento, estão previstos critérios para a constituição de turmas, para a atribuição dos apoios educativos, mas não para o cargo de director de turma, mesmo que seja referida a continuidade ao longo do ciclo. A integração dos novos docentes é efectuada, de forma adequada, pela direcção, pelos coordenadores de departamento curricular e pelos responsáveis pelas áreas disciplinares, que os informam sobre as dinâmicas e os implicam nos trabalhos em curso. A formação correspondeu às necessidades e aos interesses manifestados pelos professores. Foi promovida uma acção sobre a utilização de quadros interactivos, além de outras, em parceria com o Centro de Formação da Associação de Escolas do Alentejo Litoral. O pessoal não docente frequentou acções, em temáticas que visaram uma melhor prestação, estando previsto um número mínimo de 25 horas anuais.

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A dimensão educativa nos conteúdos funcionais dos assistentes operacionais tem maior visibilidade nas unidades do meio rural. A direcção refere como grande constrangimento a escassez do pessoal não docente e o seu impacto negativo. Os Serviços Administrativos dão resposta às solicitações, se bem que muito condicionados pelo número insuficiente de trabalhadores, como é notório na gestão por processos, cuja implementação não é de todo conseguida.

3.3 Gestão dos recursos materiais e financeiros A Escola-Sede dispõe de um edifício recente, com espaços específicos para as Tecnologias de Informação e Comunicação, incluindo sistema wireless (pouco utilizado), o ensino experimental das ciências, condicionado pela existência de um único laboratório, a Educação Visual e Tecnológica, a Educação Física, com pavilhão gimnodesportivo, além de Biblioteca Escolar/Centro de Recursos Educativos (BE/CRE) e de auditório, entre outros. Os espaços são aprazíveis, de fácil acesso, mesmo a pessoas com mobilidade reduzida, e adequados às actividades. Embora funcione em pleno desde o ano lectivo passado, a obra ainda não foi entregue à Direcção Regional de Educação do Alentejo, revelando algumas fragilidades, em fase de resolução (infiltrações, acesso condicionado a algumas zonas do exterior e falta de Plano de Prevenção e Emergência). A tipologia do edifício, com a sala de convívio, o refeitório e a BE/CRE na sua zona central, locais em que se concentram as crianças e os alunos, tem vindo a colocar dificuldades à direcção, em resultado da agitação e do ruído gerado. Os outros estabelecimentos utilizam instalações antigas e espaços cuidados, que beneficiaram de obras de manutenção. Não possuem, contudo, de locais específicos para as actividades de formação artística e de educação física, de refeitórios e de bibliotecas e acedem, quando necessário, aos recursos da sede do Agrupamento. As salas de actividades/aula têm computador, com ligação à Internet, encontrando-se algumas providas de quadro interactivo. O Conselho Geral definiu as linhas orientadoras para a elaboração do Orçamento para 2010, pouco claras em algumas rubricas, dando, porém, resposta à prossecução dos objectivos definidos no Projecto Educativo, pela concretização das actividades previstas no Pano Anual Actividades, através do reforço das visitas de estudo, da aquisição de software informático e de formação.

3.4 Participação dos pais e outros elementos da comunidade educativa Os pais e encarregados de educação intervêm, sobretudo, nos órgãos em que estão representados. Evidenciando pouco conhecimento dos documentos orientadores, assumem uma posição muito crítica em relação ao novo edifício, questionam alguns aspectos do seu funcionamento, afirmando-se, no entanto, como parceiros da direcção na procura de soluções. Na educação pré-escolar e no 1.º ciclo, são mais participativos, contribuindo com propostas e colaborando nas actividades. Apesar de os horários das reuniões e de atendimento lhes serem pouco favoráveis, comparecem com regularidade, podendo, em todo o caso, contactar os directores de turma, sempre que o desejarem, num quadro de grande abertura e flexibilidade. É-lhes facultada informação sobre o aproveitamento e o comportamento dos seus educandos e menos sobre a forma como os podem apoiar nas aprendizagens e os conteúdos programáticos leccionados. São-lhes dirigidas algumas iniciativas de carácter formativo e de sensibilização para temáticas na área da saúde e da segurança. Existem associações de pais e encarregados de educação por escola, estando a decorrer o processo para a constituição de uma associação de Agrupamento que as integre.

3.5 Equidade e justiça Os princípios de equidade e justiça, expressos nos documentos, pautam a actuação dos diferentes elementos da comunidade escolar. A política de inclusão está patente no apoio aos alunos estrangeiros, na criação da UAM e no apoio aos alunos com necessidades educativas especiais ou com dificuldades de aprendizagem. Proporcionar aos alunos experiências de aprendizagem relevantes e contactos com novas realidades é um propósito claro, reflectivo nos suportes de planeamento. Todavia, diferentes intervenientes da comunidade educativa, em especial, os pais e encarregados de educação, sentem algumas diferenças entre a Escola-Sede e os outros estabelecimentos, no que se refere a experiências pedagógicas, a materiais, a equipamentos e a instalações. Exemplo dessa assimetria de recursos é o acesso dos alunos do 1.º ciclo da Escola Básica

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Integrada Frei André da Veiga às Tecnologias de Informação e Comunicação, no âmbito das actividades de enriquecimento curricular, ao contrário dos restantes, que sentem essa limitação.

4. Liderança 4.1 Visão e estratégia Nos documentos de planeamento, incluem-se os objectivos a alcançar, definidos a partir de um diagnóstico apoiado numa metodologia de análise SWOT (Strenghts, Weaknesses, Opportunities and Threats – forças, fraquezas, oportunidades e ameaças), os quais dão prioridade à relação com a comunidade, à articulação entre os diferentes intervenientes no processo educativo, ao sucesso escolar e educativo dos seus alunos e à eficácia da acção do Agrupamento, não sendo os mesmos acompanhados por indicadores e por critérios explícitos para cada meta, que possibilitem monitorizar o seu cumprimento. Os diferentes órgãos de direcção, administração e gestão, em especial a direcção, as estruturas de coordenação educativa e supervisão pedagógica e os docentes, em geral, mobilizaram esforços, no último ano lectivo, no sentido de se assegurar a actividade escolar regular, em segurança, durante a construção do novo edifício da Escola-Sede. Actualmente, a atenção é dirigida à adaptação e à apropriação das novas instalações, pelo facto de não existirem, por ora, uma situação de plena integração de todos e de utilização tranquila dos espaços e uma estratégia partilhada para a superação desta realidade. A liderança da Directora, que se assume como dialogante e firme, no tocante às regras estabelecidas, não perspectiva ainda o conjunto formado pelos diferentes níveis de educação e ensino como uma oportunidade para o aprofundamento de uma cultura de articulação, objectivo preconizado no Projecto Educativo.

4.2 Motivação e empenho Os órgãos e as estruturas de coordenação educativa e supervisão pedagógica conhecem bem as suas áreas de acção e actuam em complementaridade na prossecução dos objectivos definidos. As lideranças mobilizam os diferentes actores para a tarefa educativa, incentivando a tomada de decisões e a assunção de responsabilidades, sendo evidentes a motivação e o empenho no exercício das suas funções. Existem canais de comunicação bem estabelecidos e uma consequente partilha de informação, alargada a todas as unidades agrupadas. A monitorização do absentismo do corpo docente e não docente está a cargo da direcção, não havendo registo de incidentes críticos. No entanto, a insuficiência de assistentes operacionais e técnicos, na sequência de mudanças estruturais na sede do Agrupamento, de aposentação e de doença prolongada, tem levado os trabalhadores a assumir uma diversidade de tarefas em prejuízo de uma maior eficácia.

4.3 Abertura à inovação A abertura à inovação, patente, em especial, em aspectos organizacionais, é pontual nas práticas pedagógicas. De referir a utilização da plataforma Windows Live Skydrive, através da qual são armazenados arquivos, de fácil acesso, pelos diferentes órgãos e estruturas, facultando a todos uma participação informada. A utilização desta plataforma possibilita ainda a comunicação atempada a todos os docentes das decisões tomadas. Também o uso de quadros interactivos introduziu novas formas de trabalho com os alunos. Nem todos os estabelecimentos estão, porém, apetrechados com este equipamento ou o mesmo está a ser rentabilizado. A participação da educação pré-escolar e do 1.º ciclo no projecto A Quinta de Educação e Ambiente tem contribuído para a sensibilização para as questões ambientais, para uma maior familiarização com o ensino experimental das ciências, complementado com actividades de campo, e para a interacção entre as crianças dos diferentes jardins-de-infância e escolas do 1.º ciclo. Na procura de soluções para problemas persistentes, dá-se como exemplo a organização, numa escola do 1.º ciclo, de um espaço contíguo à sala de aula, proporcionando aos alunos uma área acolhedora, em que podem contactar com livros e material audiovisual.

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4.4 Parcerias, protocolos e projectos O Agrupamento estabelece diversas parcerias e protocolos, no sentido da prestação de um melhor serviço educativo, com algumas entidades: o Centro de Saúde de Santiago do Cacém, na dinamização do projecto de educação para a saúde; a Associação Intervir.Com, na orientação escolar e vocacional dos alunos do 9.º ano e na resposta em educação especial; o Centro de Formação da Associação de Escolas do Alentejo Litoral, na formação dos profissionais; a Comissão de Protecção de Crianças e Jovens em Risco, no acompanhamento de alunos; o Centro de Estudos Manuela Elói, nas actividades de enriquecimento curricular; a Cercisiago, com o apoio do serviço de psicologia. A Associação de Moradores de S. Bartolomeu da Serra e o Grupo Desportivo de Santa Cruz, na disponibilização de espaços para a actividade física e desportiva, no âmbito das actividades de enriquecimento curricular, e o Programa Escola Segura, na intervenção de emergência e na educação para a segurança. Menciona-se a articulação com a Escola Secundária Manuel da Fonseca, na dinamização de uma oficina de teatro para os alunos do 3.º ciclo e na partilha pontual de recursos. Como forma de responder a problemas específicos da sua população escolar e de melhorar as aprendizagens, o Agrupamento integra e promove projectos, de âmbito diverso, como o Programa mais Sucesso Escolar, o Plano de Acção da Matemática II, o Plano Tecnológico da Educação, a Escola Electrão, a Rede de Bibliotecas Escolares, no âmbito da qual desenvolve alguns projectos, e a Quinta da Educação e Ambiente.

5. Capacidade de auto-regulação e melhoria do Agrupamento 5.1 Auto-avaliação A análise e avaliação regulares dos resultados escolares, das actividades de enriquecimento curricular, do plano de ocupação plena dos tempos escolares, assim como outros relatórios de actividades, sendo susceptíveis de permitirem o conhecimento de dimensões parcelares do Agrupamento, não impediram a directora de nomear, no passado mês de Fevereiro, uma Comissão de Avaliação Interna, com representantes do pessoal docente e não docente. O modelo adoptado, cuja concepção não envolveu activamente a comunidade educativa no seu todo, considerou, numa primeira fase, que decorreu no ano lectivo anterior, a avaliação do grau de satisfação dos encarregados de educação, mediante a aplicação de um questionário. Da informação recolhida, tratada e analisada, foi elaborado um relatório, entregue à Directora, no passado mês de Outubro, para apreciação. À data desta avaliação externa, ainda não tinha sido divulgado nem sequer apresentado ao Conselho Geral. O documento Inquérito aos Encarregados de Educação segue uma metodologia próxima da análise SWOT. Elege, como dimensões, a escola, o funcionamento, os serviços/recursos, o executivo/direcção e a gestão escolar, identificando pontos fortes e fracos e propondo sugestões/recomendações, entrando também em linha de conta com os comentários tecidos pelos respondentes. A participação dos encarregados de educação, maior na educação pré-escolar e no 1.º ciclo, foi de cerca de 67%. A referida comissão, desconhecendo os efeitos do relatório na adopção de acções de melhoria e na elaboração dos instrumentos adequados para o efeito, opinião partilhada pela Directora, projecta a sua missão, para já, na extensão da avaliação ao grau de satisfação dos alunos e dos demais agentes educativos.

5.2 Sustentabilidade do progresso Os questionários aplicados aos encarregados de educação, tendo permitido conhecer os pontos fortes e fracos, não oferecem uma visão múltipla dos diversos agentes educativos nem dos próprios alunos. Como pontos fortes são realçados pelos inquiridos a imagem da escola na comunidade, os horários lectivos e de atendimento aos encarregados de educação, as salas de aula e os espaços de convívio ao ar livre, o acesso à informação do Conselho Geral e do Conselho Pedagógico, pelos representantes dos pais nesses órgãos, e o clima de disciplina. Como pontos fracos, destacam a segurança, a disponibilização de informação aos encarregados de educação, os espaços físicos para a prática da actividade física, os apoios educativos aos alunos com maiores dificuldades e o número reduzido de assistentes operacionais. Não estão identificadas, de forma sistemática e consistente, as oportunidades para que o Agrupamento possa crescer com vantagem competitiva na região nem os constrangimentos externos a que está sujeito. Apesar da pesquisa levada a cabo, e de demais informação recolhida, nem a Comissão de Avaliação Interna nem a

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Directora manifestam uma visão clara e objectiva do futuro do Agrupamento, vertida em estratégias e acções de melhoria, de aproveitamento do potencial ou de superação dos obstáculos.

V – CONSIDERAÇÕES FINAIS Neste capítulo, apresenta-se uma selecção dos atributos do Agrupamento de Escolas de Santiago do Cacém (pontos fortes e fracos) e das condições de desenvolvimento da sua actividade (oportunidades e constrangimentos). A equipa de avaliação externa entende que esta selecção identifica os aspectos estratégicos que caracterizam o agrupamento e define as áreas onde devem incidir os seus esforços de melhoria. Entende-se aqui por: •

Pontos fortes – atributos da organização que ajudam a alcançar os seus objectivos;



Pontos fracos – atributos da organização que prejudicam o cumprimento dos seus objectivos;



Oportunidades – condições ou possibilidades externas à organização que poderão favorecer o cumprimento dos seus objectivos;



Constrangimentos – condições ou possibilidades externas à organização que poderão ameaçar o cumprimento dos seus objectivos.

Os tópicos aqui identificados foram objecto de uma abordagem mais detalhada ao longo deste relatório.

Pontos fortes 

A abertura a projectos e a programas, tendo em vista a melhoria das aprendizagens;



A resposta às crianças e aos alunos com necessidades educativas especiais, em articulação com outras entidades parceiras, e a integração dos alunos de nacionalidade estrangeira;



O ambiente educativo e a qualidade das relações estabelecidas na comunidade, bem como a motivação e o empenho dos profissionais;



A relação de complementaridade da direcção com os responsáveis pelas diferentes estruturas de coordenação educativa e supervisão pedagógica e serviços, no respeito pelas áreas de intervenção respectivas, na tomada das decisões;



A articulação entre a educação pré-escolar e o 1.º ciclo, nos estabelecimentos de educação e de ensino localizados no meio rural.

Pontos fracos 

A descida acentuada da percentagem de classificações positivas, nos Exames Nacionais do Ensino Básico, entre 2008 e 2010, em especial, em Língua Portuguesa;



O processo de auto-avaliação, em fase incipiente;



A ausência de metas e de indicadores de medida claros, para a avaliação dos objectivos estipulados no Projecto Educativo;



A monitorização das estruturas de coordenação educativa e supervisão pedagógica e das competências que lhes estão atribuídas. Agrupamento de Escolas de Santiago do Cacém

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Oportunidade 

O envolvimento dos pais e encarregados de educação e de outros parceiros da comunidade, no processo de avaliação interna do Agrupamento e nas acções de melhoria que vierem a decorrer.

Constrangimentos 

O número insuficiente de assistentes operacionais, com impacto negativo na organização escolar;



A dimensão do edifício da Escola Básica Integrada Frei André da Veiga, em face do número de crianças e de alunos e das actividades em curso.

Em função do contraditório apresentado pelo Agrupamento, este relatório foi alterado nos seguintes aspectos: - No 1.º parágrafo, do capítulo II, Caracterização do Agrupamento, onde se lia «Tem sede na Escola Básica Integrada Frei André da Veiga e agrupa onze unidades de educação pré-escolar e do 1.º ciclo do ensino básico: Jardins-de-Infância de Abela e de Relvas Verdes, Escola do 1.º Ciclo do Ensino Básico com Jardim-de-Infância de Aldeia de Chãos, Escolas do 1.º Ciclo do Ensino Básico de S. Bartolomeu da Serra, Relvas Verdes, Abela, Boticos 2 e de Cruz de João Mendes e dois pólos de Educação Pré-Escolar Itinerante de Roncão e de S. de Bartolomeu da Serra. Caracterizado pela grande dispersão geográfica dos seus estabelecimentos, a EB1 de Cruz João Mendes, o mais afastado, dista da Escola-Sede 12 km», passou a ler-se «Tem sede na Escola Básica Integrada Frei André da Veiga e agrupa onze unidades de educação pré-escolar e do 1.º ciclo do ensino básico: Jardins-de-Infância de Abela e de Relvas Verdes, Escola do 1.º Ciclo do Ensino Básico com Jardim-de-Infância de Aldeia de Chãos, Escolas do 1.º Ciclo do Ensino Básico de S. Bartolomeu da Serra, Relvas Verdes, Abela, Boticos 2, Santa Cruz e de Cruz de João Mendes e dois pólos de Educação Pré-Escolar Itinerante de Roncão e de S. de Bartolomeu da Serra. Caracterizado pela grande dispersão geográfica dos seus estabelecimentos, a EB1 de Boticos 2, o mais afastado, dista da Escola-Sede 20 km». - No 1.º parágrafo, do domínio 1, Resultados, onde se lia «Os órgãos e as estruturas de coordenação educativa e supervisão pedagógica analisam os resultados escolares e comparam-nos com os de outros estabelecimentos de ensino, em particular, com os da Escola Secundária com 3.º Ciclo Manuel da Fonseca.», passou a ler-se «Os órgãos e as estruturas de coordenação educativa e supervisão pedagógica analisam os resultados escolares e comparam-nos com os da Escola Secundária com 3.º Ciclo Manuel da Fonseca.» - No final do 1.º parágrafo, do factor 4.4, Parcerias, protocolos e projectos, onde se lia “Menciona-se a articulação com a Escola Secundária Manuel da Fonseca, na dinamização de uma oficina de teatro para os alunos do 3.º ciclo”, passou a ler-se “Menciona-se a articulação com a Escola Secundária Manuel da Fonseca, na dinamização de uma oficina de teatro para os alunos do 3.º ciclo e na partilha pontual de recursos”. - No 2.º parágrafo, do factor 4.4, Parcerias, protocolos e projectos, onde se lia " Como forma de responder a problemas específicos da sua população escolar e de melhorar as aprendizagens, o Agrupamento integra e promove projectos, de âmbito diverso, como o Programa mais Sucesso Escolar, o Plano de Acção da Matemática II, o Plano Tecnológico da Educação, a Escola Electrão e a Quinta da Educação e Ambiente”, passou a ler-se “Como forma de responder a problemas específicos da sua população escolar e de melhorar as aprendizagens, o Agrupamento integra e promove projectos, de âmbito diverso, como o Programa mais Sucesso Escolar, o Plano de Acção da Matemática II, o Plano Tecnológico da Educação, a Escola Electrão, a Rede de Bibliotecas Escolares, no âmbito do qual desenvolve alguns projectos, e a Quinta da Educação e Ambiente”.

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