Adubação Verde

Adubo Verde/Restos Culturais COMPOSIÇÃO QUÍMICA DE ALGUNS ADUBOS VERDES CULTURAS Crotalaria juncea Feijao de porco Mucuna-preta Gramínea N 2,01 2,7...
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Adubo Verde/Restos Culturais

COMPOSIÇÃO QUÍMICA DE ALGUNS ADUBOS VERDES CULTURAS Crotalaria juncea Feijao de porco Mucuna-preta Gramínea

N 2,01 2,73 2,83 1,12

P

K

Ca

Mg

% NA MATÉRIA SECA 0,36 2,43 1,43 0,57 2,11 2,58 0,61 2,05 1,28 0,17 1,36 0,48

0,44 0,40 0,31

LEGUMINOSAS As plantas desta família apresentam em suas raízes nódulos, em consequencia da penetração de bactérias que vão até as células corticais da raiz provocando a formação destes nódulos. A planta fornece hidratos de carbono às bactérias e recebem em troca compostos nitrogenados. São consideradas ótimas para adubação verde porque: - São ricas em nitrogênio - Possuem raízes ramificadas e profundas - Família numerosa e encontrada em grande diversidade de clima e solo.

ESPÉCIES UTILIZADAS E SCOMO ADUBOS VERDES P ESPÉCIE É C Caupi Centrosema I Crotalaria juncea Crotalaria E paulinea Feijão baiano S de porco Feijão Guandu Kudsu-tropical U Labe-Labe Leucena T Mucuna-anã I Mucuna-preta Siratro L Soja Otootan SojaI perene Stilosantes Z

A

Ciclo até a floração dias

120 131 80 a 90 180 a 210 120 a 140 Perene 80 a 90 150 120 -

Biomassa verde

Biomassa seca

----------------- t ha-1/ano -----------------

18 16 - 54 37 - 42 18 - 30 9 - 33 7 - 44 35 10 - 30 20 15 32

5 10 - 16 7 4 6 - 10 5 - 12 5 - 10 7-9-10-16 7 4 8 - 10 3 - 11

Adubo Verde/Restos Culturais ----------------------------------------------------------------------------------------------M. Seca N P K Ca Mg t/ha -----------------------kg/ha---------------------------Crotalaria 12-18 360-540 30-45 168-252 90-135 48-72 Guandu 4,5-9 112-225 9-18 449-99 18-36 9-18 Nabo forrageiro 3-5 11 28 15 22 Labe-labe 3-6 81-162 7-14 42-84 20-40 8-16 Milheto 12 206 60 350 53 32 -----------------------------------------------------------------------------------------------

ADUBO VERDE DE VERÃO PLANTIO DA CANA DE ANO E MEIO

Crotal ária Crotalária PRIORIDADE PARA ÁREAS CRÍTICAS -

arenosas baixa fertilidade degradadas declivosas infestadas c/nematóides

• Liberação de área para plantio da cana em fevereiro/março, enquanto aguarda a colheita de grãos.

RECOMENDAÇÕES DE SEMEADURA Crotalária Spectabilis a) Em linha = 12kg/ha b) À lanço = 15kg/ha

Crotalária juncea a) Em linha = 25kg/ha b) À lanço = 30kg/ha

Época ideal de plantio = Outubro/Novembro Manejo da Biomassa (incorporação) a) Ideal Florescimento b) Mínimo 90 dias

Grade/Aração: somente se não tiver outra opção A)

INCORPORAÇÃO AO SOLO: Sistema pouco recomendado, pois:

1. Não deixa “cobertura no solo”, expondo-o ao impacto da chuva e conseqüentemente aos problemas de erosão; 2. Promove a rápida decomposição da matéria orgânica (solos tropicais); 3. Desagrega a superfície do solo, principalmente devido ao uso da grade, interrompendo os benefícios físicos/biológicos dos adubos verdes.

Consideraçãoes sobre arado e grade: - Os rendimentos operacionais são bons = grade = 1,3 a 1,6 ha/h; arado = 0,6 a 0,6 ha/h; - Utilizar a grade intermediária, pois a niveladora não opera bem e a pesada é muito grande para esse tipo de operação

B) NA SUPERFÍCIE DO SOLO C/ COBERTURA MORTA: É o mais recomendado, pois: 1. Protege o solo contra o impacto das gotas da chuva e portanto reduz os riscos de erosão; 2. Evita a rápida decomposição da matéria orgânica, possibilitando um efeito mais prolongado 3. Permite uma maior persistência dos benefícios físicos/biológicos dos adubos verdes; 4. Auxilia no controle das plantas daninhas (competição por luz); 5. Ajuda na redução da perda de água do solo por evaporação

PARA-CHOQUE Observações: 1. Única operação: tombamento da crotalária e sulcação 2. Maior economia 3. Pode gerar problemas de visibilidade para o tratorista 4. Problemas no paralelismo do sulco, porém amenizados com adaptação do marcador de disco

Tombador ou Poste

Observações: 1. Alto rendimento operacional = 2,5 a 3,0 ha/h 2. Equipamento muito rústico 3. Necessita de um razoável controle de operação, pois o sentido de operação condiciona o plantio posterior 4. Largura de trabalho = cerca de 5 a 6 m (não tem fabricante, é improvisado na propriedade)

Observações:

ROLO-FACA

1. Rendimento operacional = 0,8 a 1,0 ha/h (médio/baixo); 2. Adequado para solos de textura média/arenosa (Argila 25%); 3. As facas necessitam de afiamento para evitar que a matéria verde fique mal cortada 4. Espaçamento entre facas; 5. Tamanho da faca; 6. Largura de trabalho = cerca de 2,0 m; 7. Deixa a superfície do solo irregular, podendo dificultar a semeadura de culturas anuais posteriores. Para cana não tem problemas; 8. O tamanho do material picado é função do espaçamento das facas no cilindro 9. Operação para áreas de porte médio/grande, e para culturas perenes e anuais.

PRODUÇÃO DE CANA (TCH), LE (PV - PODZÓLICO EUTRÓFICO) Experimento I

PRODUÇÃO DE CANA (TCH) (LE - LATOSSOLO DISTRÓFICO) Experimento II

Produção de matéria verde e seca (t/ha) e % de matéria seca das leguminosas t/ha

t/ha

Plantio da Leguminosa = Out/Nov e ciclo de Nov a Fev, ± 110 dias sem adubação no plantio; solo = areia quartzosa Cana-de-açúcar: SP70-1143, Espaçamento: 1,10m, Plantio 15 dias após a incorporação do adubo verde. Fonte: adaptado de Cárceres & Alcarde, 1995 STAB vol 13 nº 5

Concentração (%) de extração (kg/ha) de macronutrientes pelas leguminosas % na matéria seca

Extração – kg/ha

Fonte: adaptado de Cárceres & Alcarde, 1995 STAB vol 13 nº 5

Produtividade agrícola dos 3 cortes de cana após a incorporação das leguminosas (TCH) e (TPH)

QUANTO AO ADUBO VERDE a) A crotalária juncea foi a mais produtiva e com maior extração de macronutrientes. b) Efeito positivo das leguminosas foi observado no 1º e 2º corte da cana, com melhores resultados para a Crotalária juncea e spectábilis. REFLEXÃO: produção de cana X adubo verde? Correlação linear entre a produção de Matéria seca do adubo verde e a produção de cana. Fonte: adaptado de Cárceres & Alcarde, 1995 STAB vol 13 nº 5

Produção de massa verde e produtividade de colmos de cana com 1 e 2 anos de cultivo de soja ou crotalária(safra 2004/05). TRATAMENTOS Pousio (cana) 1 ano soja 2 anos soja 1 ano crotalária 2 anos crotalária

Massa Produtividade Verde ----------t.ha-1---------76,75 84,47 102,16 107,49 112,79 116,53 88,04 99,37 90,21 105,03 Fonte: adaptado de Gama et al., 2006 Tese de Mestrado

Crotalária Juncea Soja

MEIOSI

DEFINIÇÃO: Prática de manejo ligada à cultura de cana-deaçúcar, que visa a rápida produção de mudas, para o plantio de cana de ano e meio, associando o cultivo intercalar de culturas de interesse econômico ou simplesmente agronômico

COBERTURA VEGETAL ADUBA ÇÃO VERDE ADUBAÇÃO MEIOSI - VANTAGENS A) REPRODUÇÃO DE MUDA - RÁPIDA P/ NOVAS VARIEDADES B) DISPENSA O CARREGAMENTO DE MUDAS C) MENOS SUJEITO ÀS QUESTÕES CLIMÁTICAS - CHUVA NO PLANTIO D) REDUÇÃO DA ÁREA PARA PLANTIO DE MUDA E) POSSIBILIDADE DE CULTIVO INTERCALAR: a) RENDA EXTRA b) ADUBAÇÃO VERDE F) REDUÇÃO GERAL DE CUSTOS: CERCA DE 20 - 25% - Us. São João

PLANTIO INTERCALAR (MEIOSI) (Soja)

Meiosi - Esquema

MEIOSI

Conteúdo de C, N e relação C/N, na camada de 0 a 20 cm de profundidade, em alguns solos de cerrado. Solo

Argila

C

N

C/N

----------------- g.kg-1----------------------------

LE LE LE LE LV LV LV AQ Média

76 53 32 23 88 29 17 8

C --------- t.ha-1

N ------------

3,61 2,31 1,68 1,33 2,50 1,49 0,93 1,02

0,21 0,21 0,11 0,09 0,15 0,21 0,09 0,07

17 11 15 15 17 7 10 15

58,5 43,4 36,9 29,8 40,5 24,1 23,8 26,7

3,44 3,94 2,46 1,98 2,38 3,44 2,38 1,78

1,85

0,14

13

35,5

2,72

Fonte: Silva & Resck, 1997.

CTC da fração orgânica e da fração mineral de alguns solos do Distrito Federal CTCtotal

CTCf.org.

CTCf. miner.

------------ cmol(C).dm3 -------------------

CTCf.org.

CTCf. miner.

--------- % ---------

LE arg.

14,0

12,7

1,3

91

9

LE arg.

9,2

6,5

2,7

71

29

LE arg.

9,7

8,5

1,2

88

12

LE média

5,6

4,9

0,7

88

12

LV arg.

12,3

11,8

0,5

96

4

LV arg.

9,8

9,0

0,8

92

8

PV arg.

12,1

10,6

1,5

88

12

PV arg.

3,9

2,6

1,3

67

33

TR

12,8

9,8

3,0

77

23

TR

22,4

16,5

5,9

74

26

Fonte: Fachinello, et al. (1984)

VANTAGENS NO USO DA ADUBAÇÃO ORGÂNICA EFEITOS CONDICIONADORES - Aumenta a CTC: A matéria orgânica acha-se em estado amorfo e exibe uma superfície muito maior do que a argila, consequentemente, uma capacidade de troca muito superior a das argilas. - Melhora a agregação do solo: atua como agente cimentante de partículas do solo, formando agregados bastante estáveis. A matéria orgânica pode reter de 4 a 6 vezes mais água do que seu próprio peso, diminuindo a erosão. - Diminui a plasticidade e coesão: a matéria orgânica diminui o efeito negativo da consistência plástica e pegajosidade dos solos argilosos molhados. - Temperatura: devido a propriedade de armazenar água, a matéria orgânica é ma condutora de calor, diminuindo as oscilações de temperatura durante o dia. EFEITOS SOBRE OS NUTRIENTES - Disponibilidade: A matéria orgânica é fonte de nutrientes, pois, durante o processo de decomposição, vários elementos vão sendo liberados, principalmente o N, S, e P. Contudo esta liberação, geralmente, não supre a necessidade das plantas a menos que seja aplicada em grande quantidade. A matéria orgânica também aumenta a retenção de água nos solos e é responsável, em grande parte, pelo aumento da CTC do solo. - Fixação do P: Diminui a fixação. Os colóides orgânicos são predominantemente eletronegativos. Os ânios orgânicos formam Fe(OH)2 com o ferro e Al(OH)2 com o Alumínio, complexos imóveis , com o Fe e Al imobilizados pela M.O. aumenta a disponibilidade do P. EFEITOS SOBRE MICRORGANISMOS A maioria dos microrganismos associados à M.O. é benéfica às plantas, exercendo importantes funções, mantendo o solo em estado de constante dinamismo.