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CURSO DELEUZE & GUATTARI FILOSOFIA PRÁTICA – IV / 2015.2 CINEMA, TEATRO, PINTURA: COMO O NOVO É POSSÍVEL? INSTITUTO DE DIREITO / CCE PUC RIO Coordenaç...
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CURSO DELEUZE & GUATTARI FILOSOFIA PRÁTICA – IV / 2015.2 CINEMA, TEATRO, PINTURA: COMO O NOVO É POSSÍVEL? INSTITUTO DE DIREITO / CCE PUC RIO Coordenação Maurício Rocha e Rafael Cataneo Becker Departamento de Direito / PUC Rio

GILLES DELEUZE: CINEMA E PENSAMENTO James Arêas Professor-Associado do Departamento de Filosofia da UERJ, Professor-Adjunto da FACHA, do Curso de Especialização em Arte e Filosofia da PUC-Rio e Professor-Convidado da Pós-Graduação da Angel Vianna – Escola e Faculdade. EMENTA A Filosofia Moderna esteve ocupada em realizar por si só uma tarefa análoga a do Cinema: pôr o movimento e o tempo no pensamento. Para efetuá-la foi preciso inventar uma nova concepção da imagem, e até mesmo uma nova imagem do pensamento. Partindo de Bergson e Pierce, Deleuze descobre no Cinema um poderoso aliado do pensamento, já que a experiência cinematográfica possibilitou às imagens expressarem diretamente as forças de modulação da realidade e configurar novos mundos preceptivos, afetivos, pulsionais e ativos, seja através da análise sensível do movimento, seja através do esforço deliberado em fundir o pensamento com a realidade íntima do tempo. BIBLIOGRAFIA BERGSON, Henri. Matéria e Memória. Trad. Paulo Neves. São Paulo: Martins Fontes, 1999. __________. A evolução criadora. Trad. Bento Prado Neto. São Paulo: Martins Fontes, 2005. ___________. O pensamento e o movente. Trad. Bento Prado Neto. São Paulo: Martins Fontes, 2006. DELEUZE, Gilles. Cinema 1: A Imagem-movimento. Trad. Estella Senra. São Paulo: Editora Brasiliense, 1985. __________. Cinema 2: A Imagem-tempo. Trad. Eloisa de Araujo Ribeiro. São Paulo: Editora Brasiliense, 1990. __________. Conversações. Trad. Peter Pál Pelbar. Rio de Janeiro: Editora 34, 1992 __________. O que é a Filosofia? Trad. Bento Prado Jr. e Alberto Alonso Muños. Rio de Janeiro: Editora 34, 1992.

DELEUZE / CINEMA Ruy Gardnier Graduado Comunicação Social/Jornalismo pela ECO UFRJ. Crítico de cinema e pesquisador. Fundador das revistas eletrônicas Contracampo e Camarilha dos Quatro. Professor na Escola de Cinema Darcy Ribeiro. Curador de mostras de cinema (Rogério Sganzerla, Julio Bressane, Cinema Brasileiro Anos 90) e editor dos catálogos das retrospectivas dos cineastas John Ford, Samuell Fuller e Abel Ferrara, entre outros. Trabalha como pesquisador do acervo audiovisual do Circo Voador e como crítico para o jornal O Globo.

"O que define o neo-realismo é essa ascensão das situações puramente óticas [...], que se distinguem essencialmente das situações sensório-motoras da imagem-ação do antigo realismo". A partir do neorealismo, e posteriormente da nouvelle vague e dos cinemas novos dos anos 60 (Japão, Tchecoslováquia, Itália, Brasil, entre outros), o cinema instaura uma nova forma de registrar os acontecimentos do mundo através de sons e imagens. Gilles Deleuze chama esse cinema de "ImagemTempo" e dedica a ele o segundo volume de seu livro sobre cinema. O curso pretende abordar os principais conceitos desse livro -- situações óticas e sonoras puras, imagem-cristal, o cinema das potências do falso e cinema do cérebro --, e discutir particularmente o trabalho de alguns dos cineastas mais decisivos da imagem-tempo, como Roberto Rossellini, Jean-Luc Godard, Max Ophüls, Orson Welles, Alain Resnais e Marguerite Duras. BIBLIOGRAFIA "Carta a Serge Daney: Otimismo, pessimismo e viagem", in Conversações. Tradução de Peter Pál Pelbart. Rio de Janeiro: 34, 1992 Cinema 1: a imagem-movimento. Tradução de Stella Senra. São Paulo: Brasiliense, 1985 Cinema 2: a imagem-tempo. Tradução de Eloisa de Araújo Ribeiro. São Paulo: Brasiliense, 1990 "Sobre A imagem-movimento", in Conversações. "Sobre A imagem-tempo", in Conversações. Cursos em Vincennes http://www2.univ-paris8.fr/deleuze (aulas de 1981 a 1985)

DELEUZE, O TEATRO DE CARMELO BENE E A PINTURA DE FRANCIS BACON Ovidio de Abreu Filho Doutor em Filosofia, UFRJ. Ex-professor do Departamento de Antropologia da UFF. Gilles Deleuze (1925-1995) dedica-se, ao longo de sua obra, a submeter a filosofia ao problema da criação: como o novo é possível? Após uma introdução geral à sua filosofia da Diferença, examinaremos como essa questão, que relaciona filosofia e arte, direciona e ilumina os estudos de Deleuze sobre o teatro de Carmelo Bene (1937-2002) e sobre a pintura de Francis Bacon (1909-1992). BIBLIOGRAFIA Gilles Deleuze, “A reversão do platonismo” in Lógica do sentido. Editora Perspectiva. “Um manifesto de menos” in Sobre o teatro – Um manifesto de menos / O esgotado. Editora Jorge Zahar. Francis Bacon, Lógica da sensação (1981). Editora Jorge Zahar

FERNAND DELIGNY: TEORIA E PRÁTICA DAS IMAGENS Marlon Miguel Doutor em artes plásticas e filosofia pela Université Paris 8: Vincennes-Saint-Denis e pela UFRJ; exaluno da ENS Paris (2008-2011). Responsável pela organização dos Arquivos de Fernand Deligny para o IMEC O cinema acompanhou, de uma maneira ou de outra, toda a trajetória de Fernand Deligny (1913-1996), teórico, comunista, cartógrafo, dissidente, pedagogo, cineasta e uma das mais importantes fontes teóricas da obra de Deleuze e Guattari. Segundo a lenda, em sua juventude, em vez das aulas de psicologia e de filosofia em Lille, Deligny passava a maior parte do tempo no cinema assistindo a filmes da vanguarda europeia e soviética. Mais tarde, no pós-guerra, ele trabalha em instituições de cultura popular com André Bazin e Chris Marker, organiza projeções de filmes e, em seu trabalho junto a jovens delinquentes, pensa a câmera como um “instrumento pedagógico” essencial capaz de estruturar suas práticas educativas. Durante os anos 1960, concebe e participa da filmagem coletiva de Le moindre geste, filme experimental que segue as desventuras de um garoto psicótico na vasta paisagem das Cevenas e cuja produção viria a ter o apoio de Marker, antes de ser exibido no Festival de Cannes em 1971. Ao longo dos anos 1970 e 1980, concebe diversos projetos de filme, é um importante interlocutor de François Truffaut, participa da realização de três longas e desenvolve uma teoria da imagem extremamente refinada, marcada por sua experiência junto a crianças autistas mudas. Segundo Deligny, há uma forma de “pensar por imagem” que se opõe a um pensamento discursivo e da representação. A imagem é “autista”: ela não diz nada e é “selvagem”. Apenas uma prática experimental, o “camerar”, seria capaz segundo Deligny a atualizar tal forma de pensar. Nós interrogaremos nesse curso tanto a prática cinematográfica, quanto a teoria da imagem desenvolvida por Deligny, e suas relações com as diversas experiências junto à juventude “inadequada”. Programa 1. 1955: câmera como instrumento pedagógico. 2. “Camerar”: filmar sem intenção. 3. Imagens selvagens e imagens domésticas; o experimental e o comercial. 4. “Um olho fora do olho”: Deligny entre Jean Epstein e Dziga Vertov. 5. Por uma geografia dos gestos. Bibliografia G. Deleuze, “O que as crianças dizem” in Critica e Clínica, pp. 73-79, São Paulo: Editora 34, 1997. Deleuze & Guattari. Mil Platôs, São Paulo: Editora 34 1999 – edição em cinco volumes. G. Deleuze & C. Parnet, “Políticas I,” in Diálogos, pp. 101-109. São Paulo: Editora Escuta, 1998. Fernand Deligny, Œuvres, Paris: Éditions L’Arachnéen, 2007. Fernand Deligny, O aracniano e outros textos, São Paulo, n-1, 2015.