nosso remédio contra o pessimismo em 2015

May 12, 2022 | Author: Anonymous | Category: N/A
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19 de dez de 2014 - ne Guerra, vice-presidente de RH da ... a América Latina da Pure Storage, empresa de armazenamento d...

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R$ 13,90

• ediç ã o 199 • ja neir o 20 15

n o s s oi o r e m é da o contr ismo m pessi 2015 em

IndIcações: Pressão alta do trabalho, carreira Paralisada, tédio contagioso, insegurança crônica e desânimo agudo

Instruções: comece a tomar agora

e use enquanto Persistirem os sintomas

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Que 2015 será um ano difícil você já sabe — e ninguém precisa ficar repetindo. descubra Quais são os remédios para enfrentar o pessimismo do ano Que está começando, como não se deixar abater pelo mau humor do mercado e maneiras de se reinventar em meio ao caos por AnnA CArolinA rodrigues

stá em todos os lugares: 2015 será um ano difícil para a economia e para a maioria dos negócios. A expectativa é de baixo crescimento do PIB neste ano que se inicia. Isso significa poucos investimentos e resultados mais modestos. Como sempre ocorre em períodos assim, a pressão no trabalho aumenta, o talento é questionado, as perspectivas de crescimento profissional ficam distantes e um clima ruim baixa nos escritórios. Chefes vão gritar, demissões vão ocorrer e decisões duras serão tomadas. Nós já sabemos disso. A questão é como enfrentar 2015. São duas opções: deixar o pessimismo tomar conta ou reagir. Esta reportagem é para quem escolheu o segundo caminho. “O ano de 2015 será de ajustes, mas isso não é uma desculpa para se abater”, diz Walter Schalka, presidente da Suzano. “As pessoas não podem assumir uma postura conformista, devem enfrentar a situação.” Não se trata de adotar uma atitude ingênua, mas de encarar a realidade e de fazer o seu melhor. Aproveitar, também, para mostrar as habilidades que momentos de crise exigem: resiliência, capacidade de improvisar, coragem. A atitude positiva ajuda os profissionais a se destacar e a colher os frutos quando a crise passa. “Manter a motivação é fácil quando tudo está bem. Quem tiver essa postura agora será reconhecido”, diz José Cláudio Securato, da Saint Paul, escola de negócios de São Paulo.

ilustração: JONAtAN SArMENtO

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Manter o pique não será fácil. Mesmo para os que começam o ano com o ânimo revigorado, enfrentar as más notícias cansa. Segundo a consultora carioca Patricia Cotton, nesses momentos surge com mais facilidade o ciclo do tédio, composto de três fases. A primeira é a felicidade diante do novo, quando alguém acaba de ser promovido ou muda de emprego e fica feliz em ter de se adaptar a uma realidade diferente. A segunda é a sensação de estagnação, quando tudo começa a funcionar normalmente e as pessoas sentem que estão entrando em uma zona de conforto. A terceira é o tédio de fato, quando o desânimo toma conta. Em um ano em que pouca coisa acontece, é grande o risco de cair na apatia de esperar passivamente as coisas melhorarem. O antídoto para esse problema é a transformação. “As pessoas ficam infelizes porque se deixam levar pela inércia”, diz Patricia, que deixou uma carreira em departamento de marketing de empresas como PDG, Beleza Natural e Globosat e foi estudar o ciclo do tédio na Alemanha, na Berlin School of Creative Leadership. A lição mais importante para quem quer ter uma vida diferente é manter a disciplina na transformação. “Tudo começa com a ousadia, mas só dá certo se você mantém o zelo com sua intenção inicial”, diz Patricia. A transformação não precisa ser radical. É importante, aliás, manter seus alicerces para não se desestruturar. “A mudança é como a acupuntura: ninguém coloca agulhas no corpo todo para resolver um problema”, afirma Patricia. “Primeiro você precisa descobrir qual é o ponto estratégico para mudar o sistema.” E esse ponto estratégico pode ser algo simples, como uma mudança de atitude no modo como encara os problemas, uma guinada na rotina para ter mais qualidade de vida ou um ajuste fino na carreira para encontrar o verdadeiro propósito.

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s o t o d í A n t rA o cont ismo m ó é possívels i s s e p rmAção s AprendA A om

sfo ve. ub A t r A n c A b e ç A l e e l e vA r s e A s c o m A é g i A s pA r A e l h o r c o m g i r r t m e s t r A o r , l i d A r p o d e m s u— hum ndAs que ste Ano d e m A lo n g o d e A r s uA Ao ent e Aum dAde AgorA i seren Pense diferente

exPlore o talento

O cenário está mais complicado e desafiador. Quanto antes você se der conta e começar a pensar em soluções e em novas maneiras de agir, menos doloroso será o processo de adaptação. Com o dinheiro mais curto, as empresas ficam atentas para quem consegue propor inovações (e principalmente redução de custos). “O desafio é sair da mesmice e atuar de maneira mais criativa”, diz Adriana Prates, presidente da Dasein Executive Search, empresa de recrutamento de Belo Horizonte. Invista energia naquilo em que você tem o poder de mudar. “Se a perspectiva é faturar menos, o funcionário deve pensar em maneiras de ganhar produtividade, por exemplo”, diz Mariane Guerra, vice-presidente de RH da ADP, empresa especializada em gestão de pessoas, de São Paulo. Mas tome muito cuidado. O custo do erro costuma ser alto durante esses períodos. As novas ideias devem ser embasadas em pesquisas profundas e consistentes. Corra riscos calculados. “Caso a ideia dê errado, pelo menos será possível ter argumentos de que era a hipótese mais acertada no momento”, afirma Adriana.

O profissional precisa refletir sobre seus pontos fortes e sobre como pode contribuir para ajudar a empresa a passar por um período delicado. Você será lembrado por aquilo que fizer bem. “Em momentos de crise, pessoas escondidas nos bastidores têm a chance de mostrar que são úteis”, diz Adriana, da Dasein. É hora de criar coragem e mostrar sua capacidade. Só tome cuidado para não agir como um salvador da pátria e propor algo que você não conseguirá fazer.

Busque a saBedoria

Não será a primeira vez que o Brasil passará por um período difícil. Muito pelo contrário. Cole nos profissionais experientes e aprenda com eles as estratégias, os argumentos e os truques que funcionam em fases de baixo crescimento. Aliás, num mundo que está saindo de uma crise internacional, há casos de superação em toda parte. Vale pesquisar histórias de quem superou alguma crise. Converse e aprenda.

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• Inovação pessoal

“Temos de correr riscos para não ficar estagnados”, diz Wilson Grava, de 51 anos, vice-presidente para a América Latina da Pure Storage, empresa de armazenamento de dados, que vive em Miami, nos estados Unidos. Quando se vê entediado, Wilson opta por fazer reciclagens profissionais, mesmo que forçadas. “Você às vezes está aborrecido, não vê muita perspectiva e tem de criar uma boa oportunidade para recomeçar”, diz. Wilson deixou o emprego anterior quando teve recusada uma proposta de adoção de nova tecnologia. insatisfeito com a negativa, foi procurar um trabalho que lhe desse maior satisfação. “A indústria está correndo e quem fica parado é passado para trás.”

foto: jesus ArAnguren / AP ImAges

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olhe paRa a fRente

Se o dia a dia está pesado e os problemas não param de surgir, mantenha a motivação pensando no futuro. A crise vai passar uma hora. Pense nas boas coisas que poderão ocorrer, seja no trabalho atual, seja na vida pessoal, seja numa eventual mudança de rumo que está começando a ser planejada. Tudo isso sem perder o foco no presente, claro, pois o trabalho precisa ser entregue. “Uma hora a crise passa, e ter algo importante em vista é uma ótima maneira de deixar de lado as agruras do dia a dia”, diz Irene Azevedo, diretora de negócios da LHH|DBM, de São Paulo.

mantenha a calma

Em momentos de crise, a pressão aumenta e os ânimos se exaltam. A ameaça de demissão e as desleal-

dades de colegas aparecem com maior frequência. Tente controlar a ansiedade. Na hora do nervosismo, o cérebro não funciona direito, o que piora a qualidade das decisões tomadas. “Uma situação estressante faz as pessoas agir com emoção”, afirma Camila Pires, diretora da Rede Indigo, empresa de desenvolvimento humano, do Rio de Janeiro. “Precisamos analisar as situações com base em fatos, e não em suposições e percepções.”

Resista ao baixo-astRal

Sim, haverá momentos de desânimo em várias ocasiões neste ano. Mas evite que os pensamentos negativos fiquem o tempo todo em sua cabeça. “Não é para exagerar no otimismo e se tornar uma pessoa alienada”, diz Pamela Magalhães, psicóloga de São Paulo. Só que não adianta mergulhar nas possibilidades negativas desconsiderando seu trabalho e seu potencial. “Encontre

o gatilho que desencadeia o pessimismo e busque apoio, interno e externo, para lidar com a situação”, diz Camila, da Rede Indigo.

Jogue com lealdade

Em tempos de apreensão e insegurança, é natural que a competitividade aumente — todo mundo quer mostrar que é indispensável. Mas uma rivalidade excessiva com os colegas piora o clima, que já está ruim. Seja realista, faça um bom trabalho, mas cuide para não deixar o medo de perder o emprego transformá-lo em uma pessoa ruim. “Faça uma gestão pela esperança, não pelo medo, e não espere que seu chefe seja o fio condutor disso, pratique no dia a dia”, afirma Adriana, da Daisen. As empresas têm valorizado pessoas que, independentemente do cargo que ocupam ou do crachá, conseguem unir as equipes e proporcionar um clima agradável — principalmente em épocas difíceis de crise.

Receita de pResidente

Para enfrentar um ano comPlicado, ouça os conselhos (otimistas) de quem está à frente de grandes emPresas e aPrenda o que fazer Para não se deixar abater Rodrigo Kede, presidente da IBM Brasil “Quando penso nos anos mais difíceis de minha trajetória, lembro que foram os momentos em que mais conquistei resultados surpreendentes e me desenvolvi. não existe crescimento se você não sai de sua zona de conforto — e a cada ano tenho mais certeza disso. acredito que 2015 será desafiador em muitos aspectos e que, justamente por isso, teremos mais do que nunca de pensar e fazer diferente, ser resilientes, otimistas e, claro, manter o bom humor.”

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• Aposta no

aprendizado

na hora em que o tédio de carreira incomoda, Fernanda Loutz, de 31 anos, corretora de venda de combustíveis da Tramp oil, do rio de janeiro, vai em busca de novos aprendizados. “Sei que este ano não será fácil, mas vou aproveitar o momento para me aperfeiçoar e, assim, aumentar minha confiança”, diz Fernanda. dessa maneira, ela já fez uma pós-graduação, um curso de vendas e procurou uma coach. “Assim me sinto mais preparada e tenho certeza de que vou conseguir agarrar as oportunidades que aparecerem à minha frente.”

foto: marcelo corrêa

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• Desafio cumprido

Eric Silva, de 30 anos, analista e líder de equipe da Accenture, empresa de consultoria de São Paulo, foi alocado em um projeto para reduzir 60% o número de problemas de TI em um prazo de dois anos e meio. Depois de três meses, sua equipe perdeu pessoas — mas a meta continuou a mesma. A saída foi aumentar a produtividade. Eric descobriu os pontos fracos de seus subordinados e sugeriu treinamentos. Também traçou um planejamento diário para que a meta final fosse alcançada. ‘’Em momentos de crise, temos de respirar e ver quais são as saídas’’, afirma Eric. O engajamento aumentou e, consequentemente, a produtividade. Eric e seu time conseguiram prever problemas e, em sete meses, bateram a meta.

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foto: omar paixão

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blema, as pessoas só pensam no sofrimento, e nada é criado”, diz a psicóloga Pamela. Viva um dia de cada vez e pense no que pode ser feito para que as coisas melhorem — não o contrário. Bom senso é fundamental quando se trabalha em equipe.

olhe para os lados

Muita gente tende a tomar os próprios sentimentos como referência. Trata-se de uma má leitura do ambiente, principalmente quando o profissional se impressiona excessivamente com o cenário negativo. É preciso tirar o viés pessoal das análises racionais. Faça um esforço para enxergar, de fato, o que ocorre na empresa e no mercado. Isso amplia as possibilidades e suas referências. Se seu chefe está pessimista, busque inspiração em pessoas que pareçam acreditar mais que as coisas poderão dar certo. Pode ser um colega, um cliente ou, em muitos casos, o presidente da empresa.

evite Comentários negativos

Cuide da saúde

O momento atual exige esforço e dedicação, mas sem deixar a vida pessoal de lado. Por mais estressantes que os dias de trabalho estejam, não descuide de sua saúde e de sua vida afetiva. A falta de sono, o estresse e o sedentarismo diminuem a produtividade e aumentam a incidência de doenças. E não dá para ficar com a disposição em baixa quando a empresa mais precisa que você trabalhe no auge de sua capacidade.

Marcio Fernandes, presidente da Elektro “Uma recomendação tradicional seria pedir cautela em 2015 e pa­ ciência até que o cenário melhore. Porém, prefiro um caminho diferente. Gosto de pessoas que desafiam o previsível e se tornam referência no

seja mais produtivo

momento em que poucos estão disponíveis. Aquele que alavanca seu talento

O cenário é difícil, mas ficar o tempo todo dizendo que vai dar tudo errado, além de ser chato, contamina o ambiente e amplifica o pessimismo, que só vai prejudicar ainda mais a produtividade. “Diante de um pro-

Períodos de instabilidade exigem produtividade alta. É hora, então, de analisar os problemas que prejudicam sua eficiência e fazer ajustes para solucioná-los. “É preciso

em momentos difíceis adiciona à sua trajetória um selo de qualidade importante de quem sabe vencer crises.”

Walter Schalka, presidente da Suzano “É preciso ter um distanciamento dos fatos e sair da turbulência natural do período pós­eleitoral. o importante é olhar para um Brasil mais competitivo e criar um ambiente otimista nas empresas. não importa o tamanho dos ventos de frente, temos de estar preparados para enfrentar esse cenário.”

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entregar mais, e não ficar se justificando porque não fez”, diz Adriana, da Dasein. Quem se destaca são os que mostram capacidade de fazer mais. Entregar bons resultados é a melhor estratégia para ter visibilidade — e fugir da demissão. Tente se planejar e fazer uma gestão de risco sobre suas entregas. “Não deixe o mais difícil para o final.”

ImprovIse

Em períodos de instabilidade, o trabalho e as demandas mudam muito. Por isso, é preciso ser flexível no modo de agir e acreditar que o que ficou para trás ficou. “Vale a lei de que não são os mais inteligentes que sobrevivem, mas os que se adaptam melhor”, diz Irene, da LHH|DBM, do Rio de Janeiro.

• solução própria

Otto von Sothen, presidente da Tigre “as atitudes mais importantes são ter uma perspectiva menos negativa e ter um pouco de esperança. em momentos extremos, podemos sentar na calçada e chorar — ou nos transformar. não temos controle so-

Fernanda Nascimento, de 42 anos, sócia da empresa de marketing digital Stratlab, de São Paulo, passou por um momento intenso de pessimismo. depois de ter sido demitida da multinacional em que trabalhava assim que voltou da licença-maternidade, ela precisou se reinventar para seguir com a carreira e não se deixar abater pelo momento ruim. “eu era meio Forrest Gump: não sabia para que lado correr, mas sabia que tinha de correr”, afirma. em vez de se afetar com o desânimo, ela fez uma análise de seus pontos fortes e viu no empreendedorismo a solução para a estagnação. começou fazendo trabalhos pequenos, montou um plano de negócios, investiu em sua rede de contatos e ainda está desenvolvendo a empresa. “identifiquei o que eu tinha de valor para oferecer.”

bre tudo, mas controlamos a maneira como agimos nessas situações.”

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foto: oMAR PAIxão

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