Galeria Metrópole renasce

|04|

SÃO PAULO, SEGUNDA-FEIRA, 23 DE MARÇO DE 2015 www.metrojornal.com.br

{FOCO} 

Galeria Metrópole renasce Urbanismo. Novos escritórios de arquitetura, arte e design ocupam prédio, que se transforma em polo criativo na região central Ícone da região central, a Galeria Metrópole, na avenida São Luís, está passando por uma transformação. Espaços abandonados durante anos agora dão lugar a escritórios de arquitetura, coletivos de arte e empresas de criação e design. Os corredores amplos e iluminados, também atraem publicitários e cenógrafos. “Há quatro anos, apenas 60% dos imóveis estavam ocupados. Hoje, a ocupação chega a 100% e temos lista de espera”, diz o síndico,

Pedro Marra, 62 anos. O metro quadrado no local, que antes girava em torno de R$ 1 mil, agora não sai por menos de R$ 3 mil. Segundo ele, a reviravolta começou com a chegada de bares e restaurantes que promovem shows e eventos constantemente. Para o arquiteto e sócio do escritório de arquitetura H+F Pablo Hereñú, de 39 anos, a galeria é um exemplo de como São Paulo poderia ser. “O público é extremamente diverso. Ao encerrar o expe-

“A Galeria Metrópole é um canal de expressão da sopa cultural que alimenta o espírito de São Paulo” PABLO HEREÑÚ, ARQUITETO

diente, nos deparamos com uma roda de samba ou com uma celebração religiosa de imigrantes senegaleses.” O contato com a diversidade e a localização central, de fácil acesso, são os motivos que mais atraem a chamada indústria criativa. O sócio da agência de design Sociedade Urbana Da-

niel Brum, de 43 anos, diz que trouxe o escritório da região da avenida Paulista para a galeria no ano passado justamente para captar esse espírito. “Trazer o negócio para cá agregou muitas vantagens. Se alguém quer fazer uma reunião, temos um terraço, um espaço ao ar livre. Além

disso, você tem muita acessibilidade, com o metrô República ao lado”. Para Vitor Cesar, de 36 anos, que participa de um coletivo de criação que se reúne na galeria, a valorização de mercado no centro pode acabar expulsando a indústria criativa do local. “Conheço grupos de design que começaram no centro, e depois acabaram sendo expulsos”. História Inaugurada na década de 1960, com projeto dos ar-

quitetos Gian Carlo Gasperini (1926) e Salvador Candia (1924–1991), a Galeria Metrópole foi anunciada como o maior centro de compras da América Latina. No complexo, há 14 escadas rolantes interligando os andares. Artistas como Chico Buarque, Caetano Veloso e Gilberto Gil se apresentaram nos bares que ferviam no local. A partir dos anos 1970, a galeria acompanhou o processo de decadência do centro. METRO FOTOS: ANDRÉ PORTO/METRO

POR DENTRO

Galeria Metrópole abriga mais de 15 escritórios que atuam na indústria criativa. O espaço é compartilhado com antigas agências de turismo, bares e restaurantes.

SOCIEDADE URBANA Agência de design e comunicação interativa que abriga espaço de coworking

MANDÍBULA Bar que também organiza bazares e exposições em parceria com outros espaços do local

FACHADA DA GALERIA METRÓPOLE

GRUPO SARAU ARQUITETURA

CIRCUS

Produtora cultural que agencia artistas de MPB

Escritório de arquitetura

LOJA 14 Espaço de colaboração entre artistas

H+F ARQUITETURA Escritório de arquitetura pioneiro na galeria. DIVULGAÇÃO

PUBLICIDADE

Down. Ibirapuera tem caminhada da inclusão Portadores de síndrome de Down se reuniram com parentes e amigos na tarde de ontem no parque Ibirapuera para participar da CaminhadaDown. Cerca de mil pessoas foram ao evento que pedia o fim do preconceito e lembrava a importância da prática de esportes. A corrida foi promovida pela ONG Movimentart. A caminhada pela inclusão integrou um programa de atividades do Dia internacional da Síndrome de

Down, comemorado anteontem. Além da corrida, atividades como rodas de dança, alongamento, pintura e fotografia fizeram parte do evento. Um dos participantes da corrida foi o campeão mundial de futebol na Olimpíada para pessoas com deficiência intelectual de 2011, Juan Rodrigues do Nascimento. A presença foi vista como um estímulo para mais jovens iniciarem a vida esportiva e se preparem para competições. METRO

Portadores da síndrome participaram de corrida em evento | BRUNO FERNANDES /FOTOARENA/FOLHAPRESS