Fernando Meligeni, sem medo de falar

October 12, 2016 | Author: Anonymous | Category: N/A
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CAXIAS DO SUL, 10 DE MAIO DE 2016

Fernando Meligeni, sem medo de falar Ex-tenista esteve em Caxias e comentou abertamente sobre o que acha das Olimpíadas e de outros fatores que rodeiam o esporte BRUNO TOMÉ

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ex-tenista e hoje comentarista, Fernando Meligeni, conhecido como Fininho, esteve em Caxias do Sul no final de semana para orientar uma clínica de tênis, promovida pelo Clube Juvenil. O atleta, que em seu currículo conta com uma semifinal de Olimpíadas, em 1996, e três títulos em simples do Circuito da ATP (circuito profissional internacional de tênis), esteve conversando com a imprensa caxiense na tarde da última sexta-feira (6). Entre os principais assuntos comentados pelo ex-atleta estão o desenvolvimento do esporte no país e as Olimpíadas que acontecem esse ano no Brasil. Há “13 ou 14 anos” orientando atividades de tênis para os amantes do esporte, Meligeni comenta que “um dos grandes problemas do Brasil é a falta de informação”, até em ano olímpico. Meligeni questiona sobre a diferença que é dada para os esportes: “a gente deveria viver em um país um pouco mais justo para o esporte, não só para o esporte, mas o esporte deveria viver com os esportes sendo melhores tratados, né? A gente trata muito bem o futebol, mesmo com seus erros, e melhorias que poderiam se fazer, se olha com muito mais carinho o futebol do que os outros esportes.” Para o ex-atleta, a escassez de atenção a modalidade leva a definições limitadas do esporte. “A gente tem uma visão do tênis, que ou é profissional ou não joga, diferente dos outros esportes”. Dessa maneira, Meligeni explica que tenta quebrar esse pensamento e diz que “o tênis é um esporte que traz valores, traz uma ideia muito legal, que você pode fazer amigos, pode fazer negócios, é tão aberto o esporte”. Além de orientar clínicas de tênis, Meligeni revela que lançou recentemente o livro 6/0 Dicas do Fino com a mesma intenção de dar mais informações ao público: “você vai na livraria e você não vê nenhum livro que fale de tênis, a não ser em biografias. Você tem biografias, que conta a tua história, mas você nunca teve, que é tentar trazer o que eu vou fazer numa clínica de tênis, em um livro. Coisas que eu falo na clínica, eu coloco no livro, desde o lado técnico, desde o lado tático, desde o lado estratégico, desde o lado mental, a relação.” O legado olímpico existe? – Para Meligeni não existe. O ex-tenista explica que o que deve permanecer é um legado físico: “eu acho que a gente tem o legado normal, é uma injeção de dinheiro obrigatória, o país-sede sempre tem obrigações”. O ex-atleta ainda diz que “se você vai pegar uma olimpíada só para fazer isso, é melhor não pegar”. Meligeni ainda conta que como uma pessoa que vive no meio do esporte, esperava mais das Olimpíadas no país: “a gente imaginava que ia moralizar o esporte, que a gente profissionalizaria as entidades, que o esporte seria tratado de uma maneira diferente, que existisse um começo, um meio e fim como existe em outros países”.

Meligeni ainda compara o fato de o Brasil ter uma Olimpíada com uma situação imaginária de uma empresa ter a Gisele Bundchen como garota-propaganda. “É a mesma coisa que uma empresa que contrata uma Gisele Bundchen, mas a empresa não consegue fazer um comercial, a empresa não faz nenhum evento, e tem lá a pessoa”. Sem fala – O ex-tenista revela o cenário político nos bastidores do esporte brasileiro: “infelizmente, no Brasil hoje, a lei é se você está dentro do sistema e sendo ajudado, é melhor você não falar se não podem tirar o seu patrocínio, então é óbvio que ninguém vai falar”. A revelação surge de conversas que o ex-tenista tem diariamente com outros atletas. De acordo com Meligeni, a fala por trás das câmeras e dos microfones é diferente do que é visto na imprensa. A saída para esse problema encontrado no sistema seria a da profissionalização, de acordo com o ex-atleta. “Não é ir contra nenhuma entidade, não é ir contra nenhuma confederação, mas é apenas entender que lá fora se faz esporte de uma maneira muito melhor do que se faz no Brasil”. O tenista – Nascido em Buenos Aires, Fininho chegou ao Brasil com apenas quatro anos de idade. Se aposentou em 2003, conquistando um ouro pelo Brasil nos Jogos Pan-Americanos de Santo Domingo. Do que sente mais falta da carreira, Meligeni diz: “acho que qualquer tenista sente falta de entrar em uma quadra lotada, ou de Copa Davis, ou de um Grand Slam. Eu tive a felicidade de jogar em grandes jogos, em grandes quadras, às vezes ganhando, às vezes perdendo.” O ex-tenista conta que as maiores lembranças são do torneio de Roland Garros, disputado na França, onde Meligeni enfrentou tenistas como Andre Agassi na quadra central. Em 1999, o brasileiro chegou a fase de semifinal do torneio. Outras lembranças que passam pela cabeça de Fininho são disputas da Copa Davis, onde em Porto Alegre, por exemplo, jogou para 12 mil pessoas. Relacionado à época em que Fernando Meligeni atuava está a personalidade dos jogadores. Em comparação com a nova atitude dos atletas, Fininho diz: “chata pra caramba, eu acho que o mundo está chato”. O ex-tenista explica: “o tenista não pode brincar com o adversário porque está tirando sarro, você não pode bater uma raquete porque você está deseducando o filho de uma madame que está vendo a televisão e fica brava porque você bateu a raquete e você é um mau exemplo”. Meligeni conta que na sua época, já viu jogadores saírem apenas de cueca da quadra. O ex-tenista cita o caso do russo Marat Safin, que em Paris quebrou todas suas raquetes e depois rasgou camiseta e calção. “Ele era irreverente, hoje, nossa, de repente ele ia ser preso porque é atentado ao pudor”. Fininho conclui que o mundo mudou e os esportistas em geral apenas seguem o que está se tornando regra. Recentemente, Fernando Meligeni lançou o livro 6/0 Dicas do Fino

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