Documentos e textos especiais

August 4, 2016 | Author: Anonymous | Category: N/A
Share Embed Donate


Short Description

2 de mar de 2004 - sobre Cuba), a célebre Monthly Review: An Independent Socialist .... De fato, o interesse da MR na re...

Description

Documentos e textos especiais S WEEZY, PAUL MALOR. IN MEMORIAM. Diego Guerrero* Sweezy, Paul Malor (10.2.1910 - 27.3.2004), um dos economistas marxistas mais conhecidos do século XX, morreu em Larchmont, estado de Nova York, na madrugada de sexta-feira para sábado (em 27 de fevereiro), aos 93 anos de idade. A causa da morte foi, segundo sua filha Lybess Sweezy, um enfarte. Suas duas primeiras esposas (esteve casado três vezes), Nancy e Zirel ainda vivem, assim como seus três filhos (Samuel, Lybess e Martha), dois enteados (Jeffey e Jennifer Dowd), sete netos e dois bisnetos. Novaiorquino e filho de um banqueiro da Wall Street (era o mais jovem dos três filhos de um dos cinco vice-presidentes do First National Bank de Nova York, Everett P. Sweezy, e de Caroline Wilson), Sweezy estudou em Exeter (na realidade, no seleto internato Philips Exeter Academy, de New England) e na Universidade de Harvard (o título de bacharel, ou B.A., em 1931; e o doutorado em 1937, sob a direção de Schumpeter, de quem se tornou muito amigo e de quem foi ajudante por dois anos) e em Londres ( London School of Economics). Vítima do macartismo, não chegou a ser professor permanente, mas exerceu a função de professor visitante nas universidades de Cornell, Stanford e Yale, entre outras, e sobre tudo em Harvard (1934-42), trabalho que compatibilizou com sua participação em várias das instituições características do New Deal de Roosevelt (como o NRPB, Conselho para a planificação dos recursos nacionais, ou o Temporary National Economic Committee ). O Wall Street Jounal o descreveu uma vez como o “decano dos economistas radicais”. O New York Times, em seu obituário, disse que ele era “o intelectual marxista mais importante da nação”. E John Kenneth Galbraith o considerava o “especialista marxista mais conhecido dos Estados Unidos” na segunda metade do século XX. Mas antes de se tornar marxista, Sweezy foi hayekiano e um keynesiano (segundo Lorie Tarshis). Ele mesmo escreveu que durante sua volta aos Estados Unidos (1933), após sua estadia na London *

Diego Guerrero é professor de Economia Política da Universidade Complutense de Madrid. Foi profesor visitante no Departamento de Economia da New School University e na New York University durante 1997-98. http://pc1406.cps.ucm.es.

REVISTA Soc. bras. Economia Política, Rio de Janeiro, nº 14, p. 97-108, junho 2004

SEP14.p65

97

09/05/04, 23:13

• 97

School of Economics, se tornou um “marxista convencido, ainda que muito ignorante”. O diário britânico The Guardian ressaltou a influência de sua estada na LSE sobre sua mudança de posições ideológicas: “Na LSE, naqueles primeiros e escabrosos anos da Grande depressão, Sweezy atravessou uma transformação política e intelectual provocada pela ascensão de Hitler ao poder, a agitação estudantil, sua amizade com jovens economistas como Joan Robinson, Oskar Lange e Abba Lerner, sem esquecer as transgressoras aulas do professor de ciência política da LSE, Harold Laski”. Howard e King asseguram, em seu livro de história do pensamento econômico marxista, que nada do que ele publicou na década de trinta permitia ver em Sweezy algo mais do que um “keynesiano muito competente e original”, influído pelo subcomsumismo do liberal John Atkinson Hobson (18581940, também influente em outros marxistas como Hilferding ou Lênin), e com uma visão dos monopólios que até então era compartilhada por autores como Stuart Chase ou Garder C. Means. Também em 1938 participou de um livro muito influente – An Economic Program for American Democracy -, que, na opinião de G. Harcourt, não era senão uma apresentação da Teoria Geral de Keynes disfarçada de New Deal à la americana. Todavia, a partir de 1939, em Harvard, as coisas mudaram. Esta universidade se converteu em “um bom lugar para aprender economia marxista”. Ali havia licenciados como Shigeto Tsuru e Paul Baran, grupos de estudantes que discutiam sobre socialismo, e professores que conheciam a obra de Marx, como Joseph Schumpeter e Wassily Leontief. Mas sobretudo estava o curso que Edward S. Mason dava sobre economia do socialismo, e decidiu ter Sweezy como ajudante: “as anotações de leitura que Sweezy fez para este curso foram a base de seu primeiro livro teórico importante, A Teoria do Desenvolvimento Capitalista” (1942). Durante esta mesma época, no final da década de trinta e começo da de quarenta, o conservador Schumpeter citou Sweezy em seus trabalhos e o apoiou para uma vaga de professor titular em Harvard (que finalmente foi conseguida por John Dunlop, que logo se especializaria e também se tornaria famoso como autor de Economia de Trabalho). Todavia, Sweezy deixou a universidade e decidiu viver de forma independente graças à herança de seu pai, que, como banqueiro, deixou um valor mais que suficiente para viver (ainda que o filho conte que a crise de 1929 foi um golpe muito duro para a fortuna familiar). É também curioso o que Sweezy contara depois a seus amigos que, se tivesse sido obrigado a trabalhar para viver, seguramente teria se tornado muito mais conformista. Porém nunca foi despedido de Harvard. Como ele mesmo disse: “Não é verdade que me despediram, ainda que é verdade que eu nunca conseguiria uma vaga de titular no caso de eu ter ficado”. Durante a Segunda Guerra Mundial, Sweezy serviu 4 anos no serviço militar como oficial da Repartição de Serviços Estratégicos (OSS, o precedente imediato da CIA, como ele mesmo destacava em uma entrevista - TONAK e SAVRAN, 1987), e passou quase todo o tempo na Europa. Ao voltar para Harvard como professor contratado, abandonou-a em seguida (em 1946) com o objetivo de estabelecer nos Estados Unidos “uma ramificação rigorosa e autêntica do marxismo”. Mas como disse o New York Times em seu obituário, publicado em 2 de março de 2004, este objetivo “não era fácil na época de McCarthy, e por isso se viu diante dos tribunais na década de cinqüenta ao se negar a entregar ao fiscal de New Hampshir e suas anotações para uma conferência sobre marxismo que proferiu na Universidade desse estado”. O fiscal o acusou de “atividades subversivas” e “antiamericanas”, e o tribunal o condenou à prisão por “desacato” (apesar de que não teve que cumprir

98 •

SEP14.p65

REVISTA Soc. bras. Economia Política, Rio de Janeiro, nº 14, p. 97-108, junho 2004

98

09/05/04, 23:13

a sentença). O caso acabou no Tribunal Supremo dos Estados Unidos, que deu a sentença, finalmente, a favor de Sweezy. Joseph Halevi assinalou que a sentença do Supremo, que anulou a do Tribunal de New Hampshire, pode se considerar como “uma pedra do tamanho de um grão de milho no processo para o fim da caça às bruxas promovida pelo macartismo”. O próprio Sweezy esclareceu mais tarde (TONAK e SABRÁN, 1987) que o “maltrato” por parte daquela “inquisição local” durou 4 anos; mas ainda assim, ele não teve que comparecer, como aconteceu a seu sócio na Monthly Review, Leo Huberman, às intimações do Comitê McCarthy e do Comitê de atividades antiamericanas. Sweezy é conhecido, a priori, como o fundador da escola “neomarxista”, “escola da Monthly Review”, ou também, junto de Baran, como um dos fundadores da escola da dependência. E o que tinha claro desde o princípio é que, como escreveu muitos anos depois, já desde suas primeiras experiências docentes “me convenci de que a economia convencional do tipo que estudei em Harvard tinha muito pouco a contribuir para a compreensão dos feitos e tendências mais importantes do século XX”. Em 1949 fundou, junto com Leo Huberman (com quem é co-autor de vários livros sobre Cuba), a célebre Monthly Review: An Independent Socialist Magazine (MR), que ainda continua aparecendo em nossos dias, e o fez de forma ininterrupta desde maio de 1949 (a partir de 1968, ao morrer Huberman, foi Harry Magdoff quem se converteu no coeditor da MR). The Guardian contou muito bem a origem dessa colaboração entre os dois personagens: “Em 1948, Sweezy e o jornalista especializado em temas de trabalho, Leo Huberman, trabalharam na campanha presidencial do pitoresco partido Progressista de Henry Wallace. Wallace, apoiado pela ala esquerda do movimento sindical – os restos liberais, socialistas, comunistas e radicais do New Deal de Franklin Roosevelt na década anterior - , levantou uma plataforma anti-guerra fria e perdeu estrepitosamente. Sweezy e Huberman acreditavam que uma das razões deste fracasso era a renúncia de Wallace em articular alternativas socialistas. Foi assim que pensaram que o que fazia falta aos Estados Unidos era uma revista que oferecesse uma análise dos assuntos cotidianos a partir dessa perspectiva”. Como apontava o Il Manifesto, “para os solícitos guardiões da fábrica do consenso foi um rotundo fracasso, já que era uma revista que propunha expressamente uma batalha a favor do socialismo”. E, prontamente, a Monthly Review se converteu em “expoente da reflexão heterodoxa do marxismo, pelo que sempre foi vista com suspeita pelo PC dos Estados Unidos, dogmático e filosoviético. Nela começam a aparecer as assinaturas de Paul Baran, Harry Madgoff, e o ‘comunista de esquerda’ Paul Mattick, e muitos outros”. Sweezy assinalou também que a revista não sofreu censura direta (ainda que no princípio tinham que enviá-la por correio, dissimulando seu conteúdo), e esta circunstância lhe serve de passo para fazer uma interessante reflexão sobre a censura nos Estados Unidos: “Porém este tipo de coisas não é o mesmo que um ataque direto. De fato eu diria que o sistema legal estadunidense foi meticulosamente cuidadoso: existe um certo desvio contra qualquer tipo de censura direta no sistema. Não a necessitam. Nossas publicações são tão reduzidas que não significam numa ameaça para ninguém”. É verdade que atualmente MR já não coloca em circulação os doze mil exemplares que chegou a distribuir na década de 1970, mas ainda segue acima dos sete mil, o que a converte em uma das revistas desse nível mais importantes do mundo. Lembremos que no primeiro número da MR se incluiu o célebre artigo que Albert Einstein escreveu, intitulado

REVISTA Soc. bras. Economia Política, Rio de Janeiro, nº 14, p. 97-108, junho 2004

SEP14.p65

99

09/05/04, 23:13

• 99

“Por que o socialismo?” (o leitor pode ver uma versão eletrônica de “Why Socialism?” em www.monthlyreview. org/598einst.htm). O próprio Sweezy escreveu na MR mais de 100 artigos durante sua vida. Desta revista escreve Halevi com razão que “chegou a se converter em um ponto de referência obrigatório para seguir tanto a evolução do capitalismo estadunidense e mundial, como a análise do terceiro mundo em seus aspectos econômicos e políticos. Nos países da América Latina, quando as condições o permitem, a Monthly é muito seguida, assim como também na Índia, onde por outro lado existe uma cultura econômica avançada. Uma edição italiana apareceu no final dos anos sessenta e durante os setenta, e uma edição grega veio à luz nos anos oitenta. A Monthly Review nasce, portanto, nos anos do macartismo com o propósito declarado de afirmar o direito à independência intelectual”. Podemos acrescentar a isso que nos anos setenta também se editou em espanhol (em Barcelona). E que, segundo o próprio Sweezy, a influência da MR foi maior fora que dentro dos Estados Unidos. Como exemplo deste último, disse que inclusive na URPE (Union for Radical Political Economics) a presença da “escola da MR” é muito minoritária; segundo ele, está presente na URPE, “mas como também estão presentes as tendências de Anwar Shaikh ou de Bowles e Gintis”. Em qualquer caso, a MR sempre se esforçou para analisar a conjuntura presente de uma perspectiva histórica de longo prazo, ou como Sweezy deixou escrito em um de seus livros, pretendeu “ver o presente como história” (SWEEZY, 1974). Sobre a edição italiana, Enzo Modugno lembrou recentemente que “publicamos o primeiro número da Monthly Review em italiano uns meses antes de iniciar ‘68’, e quando Sweezy veio à Roma, o levamos a uma assembléia abarrotada na Faculdade de Letras, que o acolheu com uma aclamação em pé, uma exceção absoluta em um movimento que não confiava em ninguém ‘que tivesse mais de 30 anos’. Mais bonito que Paul Newman, nos presenteou com dois charutos, aqui os tenho em cima da mesa, que trouxe de uma caixa que havia ganhado de Che Guevara quando, junto com Leo Huberman, foram à ilha apresentar o livro Cuba, Anatomia de uma revolução. A decisão de fazer uma edição italiana da MR tem um sabor de lenda. Já havia uma edição espanhola, mas nenhum editor italiano queria se arriscar com uma revista que nascia polemizando com a análise dominante do partido comunista e que, ademais, tinha a ambição de sair nas bancas. Todavia, a proposta agradava muito Sweezy, que deu sua aprovação. Somente a editora Dédalo aceitou a aposta e a revista se publicou precisamente no ano de sessenta e oito. O primeiro número se esgotou em seguida, e dele se vendeu um total de vinte mil cópias”. Esta primeira visita de Sweezy à Cuba merece comentário à parte. De fato, Cuba: Anatomy of a Revolution era um número especial monográfico da Monthly Review, e por isso conseguiu enormes vendas no mundo todo. Os autores concluíam seus trabalhos afirmando que a transformação que estava ocorrendo em Cuba tinha um caráter socialista. E, como The Guardian assinalava mais uma vez, fizeram esta afirmação um ano antes da do próprio Castro, e é possível que isso tenha influenciado na decisão de Castro de fazer essa declaração. De fato, o interesse da MR na revolução cubana representou um compromisso crescente com a revolução no mundo subdesenvolvido. Sweezy prestou cada vez mais atenção nas questões econômicas, políticas e ambientais do terceiro mundo. Em 1971, escreveu que “a principal contradição (capitalista) (...) não se dá no interior do mundo desenvolvido, e sim entre as partes desenvolvidas e subdesenvolvidas do mundo”, argu-

100 •

SEP14.p65

REVISTA Soc. bras. Economia Política, Rio de Janeiro, nº 14, p. 97-108, junho 2004

100

09/05/04, 23:13

mento que encontrou um eco entusiasta entre muitos dos opositores dos projetos imperialistas estadunidense no Vietnã e em todas partes. Colaborou com Paul Baran em diversos trabalhos até a morte deste em 1964 (sendo o mais conhecido o Monopoly Capital (1966); O capital monopolista; Século XXI). Nele se estabelece a famosa tese da estagnação do capitalismo atual, como conseqüência dos mercados não regulados e dos oligopólios – que nele tendem a surgir com umas poucas empresas na liderança de cada setor produtivo –, permitindo que essas fixem os preços altos, engordando assim seus lucros e, ao mesmo tempo, freando a atividade econômica ao eliminar a concorrência e a pressão competitiva dos preços. O que permitiu resistir a essa tendência, segundo os autores, foi que, na década de sessenta, se produziu uma expansão da demanda devido ao gasto militar, ao enorme aumento do consumismo e aos gastos no setor de automóveis, graças à expansão dos bairros residenciais e ao novo sistema de autopistas. Entre suas obras – mais de vinte livros publicados como autor, co-autor ou coordenador – destacam-se seus trabalhos sobre a teoria do valor, o desenvolvimento capitalista, o monopólio e o capital monopolista, a transição do capitalismo ao socialismo, a crítica da economia, a sociedade soviética e a dos estados Unidos, etc.; e alguns com Magdoff e outros autores. Sua interpretação da crise econômica, muito influente e por vez influenciada pelas idéias de Otto Bauer, tinha características subconsumistas mas dentro de um modelo sofisticado que depois alguns autores kaleckianos desenvolveram (STEINDL, 1952). Sua interpretação da teoria do valor está ligada à difusão que Sweezy fez, no mundo anglosaxônico, das idéias de autores do centro e do leste europeus como Bortkiewcz, BöhnBawerk e Tugán-Baranovsky. Sua alta apreciação por Bortkiewcz foi semelhante a que sentia também por Sraffa (TONAK e SABRÁN, 1987), razão pela qual muitas vezes se falou, não apenas do marxismo “keynesiano” de Sweezy (por exemplo, M. Andreu, 1980, em relação com sua Macroeconomia), e sim também de sua afinidade com o marxismo “ricardiano” defendido por Dobb e Meek (e até certo ponto, Joan Robinson). Seu trabalho editorial é de excepcional importância para o marxismo do século XX. Não se trata apenas da revista já citada, e sim da editorial homônima (a Monthly Review Press, criada em 1952) que Sweezy comandou por muitas décadas – a Monthly Review Press, destinada com o tempo a acolher a quantidade de autores progressistas repelidos pelas principais editoras do país – e que provavelmente continuará. Entre ambas, Sweezy conseguiu editar os marxistas mais importantes de todas as épocas, desde o próprio Marx a Che Guevara, Samir Amin, S. Tsuru, M. Itoh ou Gunder Frank, passando por Hilferding, Kalecki, Lucio Colletti, Maurice Dobb, Ronald Meek, o próprio Paul Baran, Hal Draper, Bettelheim, Magdoff, Braverman, John B. Foster, Ernest Mandel e um longo etcétera (W. E. B. DuBois, Fidel Castro, Malcolm X, Daniel Ellsberg, Noam Chomsky, Ralph Miliband...). Editou também autores não marxistas (Böhm-Bawerk, Bortkiewicz, Joan Robinson, Steindl, G. D. H. Cole, C. Wright Mills, W. Baumol, H. Sherman, William Appleman Williams...), e não se limitou tampouco aos economistas; ali estão os livros de prestigiosos historiadores (E. P. Thompson, R. Brenner, E. M. Wood, G. de Sainte Croix, Hilton, Hill,...), ecologistas (J. O’Connor, L. Panitch), “teólogos da libertação”, filósofos como Jean Paul Sartre, escritores (Eduardo Galeano, Isabel Allende) e muitos outros (Tariq Alí, J. Morris, F. Moseley, P. Chattopadhyay, M. Cogoy...).

REVISTA Soc. bras. Economia Política, Rio de Janeiro, nº 14, p. 97-108, junho 2004

SEP14.p65

101

09/05/04, 23:13

• 101

Desse modo, em sua primeira época, escreveu sobre Hansen, Hayek, Keynes, Pigou, Veblen, os fabianos...; e também sobre temas como a distribuição de renda, o desemprego, o oligopólio, a nova ordem econômica internacional, a bolsa..., e até a curva de demanda em ângulo reto. Por exemplo, sobre este último, é bem conhecido seus artigo “Demand Under conditions of Oligopoly”, aparecido em 1939 na prestigiosa revista de Chicago Journal of Political Economy. Deste trabalho Joseph Halevi afirma que, “do ponto de vista teórico tradicional, adquiriu em seguida as conotações de uma contribuição fundamental. A importância desse texto reside no fato de que, mediante a construção de uma curva de demanda quebrada (com um ângulo), se poria em evidência, pela primeira vez, a assimetria das reações das empresas em relação aos preços, assim como suas conseqüências para a rigidez dos mercados. A inovação teórica que Sweezy introduziu se converteu depois em um elemento constante em todos os livros de texto anglo-saxônicos sobre o oligopólio, anterior ao recente uso em grande escala da teoria de jogos”. Sendo assim, segundo Halevi, Sweezy pode gozar de uma carreira acadêmica que o havia levado, muito provavelmente, “ao círculo dos prêmios Nobel de Economia”. Já em 1938, chamou “a atenção de todo mundo, tanto historiadores como economistas, com um livro que resultou num prêmio [J.B. Foster, 1987, confirma que lhe concedeu a este trabalho o prêmio David A. Wells], sobre o monopólio e a concorrência na indústria britânica de carvão” (SWEEZY, 1938), e que não era senão sua Tese de Doutorado revisada. Sobre o Sweezy já convertido em mito estudantil, é muito significativa a seguinte lembrança de seu compatriota Jerry Levy, que o conheceu como estudante em 1975. Durante o outono de 1974, sendo eu estudante da NYU, assistia um curso intitulado “A leitura e o uso d´O Capital”, que era dada na Graduate Faculty da New School for Social Research por um professor visitante desta faculdade, Paul M. Sweezy. Sweezy concordou em dar este curso para acabar com o vazio, temporal mas devastador, que havia deixado no Departamento de Economia da New School quando da morte de Stephen H. Hymer, aos 39 anos, em um acidente de carro em fevereiro de 1974. O curso era diferente de qualquer outro (...) Deixem-me dizer algo a respeito. Para começar, não havia nenhuma sala suficientemente grande no edifício da New School da Quinta Avenida, por isso a aula tinha que ser dada em uma sala enorme e repleta que havia na rua 12, e que antes havia sido uma lanchonete. Não lembro quantos estudantes tinha - no mínimo, 200, talvez 300. Eu tinha que entrar na aula mostrando um carnê de computador que eu tinha encontrado no laboratório de informática da NYU, e que se parecia com o carnê que se pedia para entrar na New School (...). Nunca antes – e pelo que me lembro, nem mesmo depois - havia ocorrido uma aula tão grande no departamento de economia da New School. Isso não era uma aula qualquer: era um acontecimento (...). A imensa maioria dos estudantes simplesmente o adorava. Não lembro que seu estilo da dar aula fosse particularmente impressionante. A julgar pelas reações dos outros estudantes, parecia que não estavam de acordo. Era demasiado (...) professoral. Certamente não era um orador como Luxemburgo, Lênin ou Trotsky. Mas à sua maneira era também uma lenda viva (...).

102 •

SEP14.p65

REVISTA Soc. bras. Economia Política, Rio de Janeiro, nº 14, p. 97-108, junho 2004

102

09/05/04, 23:13

Do mesmo modo, Michael Lebowitz, da Simon Fraser University (Canadá) escreveu o seguinte sobre Sweezy: “Descrito pelo Wall Street Jounal como o ‘decano’ da economia radical, Paul Sweezy manteve como ninguém a economia marxista dos Estados Unidos viva 2. Para isso bastou apenas um livro: A teoria do desenvolvimento capitalista (1942). Nos anos cinqüenta e sessenta, era este livro que todo mundo lia para aprender economia marxista”. Por outro lado, Meghnad Desai escrevia na Introdução de seu manual de economia marxista (1979) o seguinte: “Naquela época havia um livro que os estudantes tinham que ler se queriam se familiarizar com o pensamento de Marx. The Theory of Capitalist Development, onde se trata de tudo, segue sendo uma introdução clássica à economia marxista (...) Em uma certa época foi o ar gumento definitivo de que Marx e seu sistema eram a chave para entender o capitalismo. Ainda que agora virou moda criticar este livro, Paul Sweezy merece nosso reconhecimento por haver mantido viva a esperança no renascimento da economia marxista”. Finalmente, o conselho do velho Sweezy ao jovem Lebowitz também é de interesse: “Por último, se pode um velho se atrever a dar conselhos a um jovem, deixe-me recomendá-lo (1) que não cite Marx em uma frase de cada duas, (2) que desenvolva livremente seu próprio estilo e suas formulações, e (3) que seja capaz de levar seus contemporâneos a polêmicas críticas, mas enérgicas. Delas se necessitam muitíssimo”. Como escreveu Joseph Halevi no Il Manifesto “Sweezy gerava o tipo de emoções que somente induzem pessoas como Fidel Castro, Salvador Allende ou o Che Guevara, e mantinha sempre, como método de conduta, a independência do juízo.” No nº de abril de 1987, apareceu uma entrevista com Paul M. Sweezy, realizada por Sungur Savran e E. Ahmet Tonak, dois professores turcos radicados nos Estados Unidos (e membros da revista de Estambul Onbirinci Tez [11ª Tese], onde esta entrevista também foi publicada). Nela, Sweezy lembra como era a situação em geral dos Estados Unidos nos anos trinta, e a situação do marxismo em particular, e como tudo isso o influiu: A razão de me interessar pela primeira vez pelo marxismo e pelas idéias radicais foi a situação do mundo no começo dos anos trinta, o colapso financeiro, a Grande Depressão, a situação internacional que era um prelúdio da II Guerra Mundial. E nessa década (...) houve um surgimento da atividade e do pensamento radical. Até então, eu diria que não havia particularmente nenhum marxismo nos Estados Unidos. Seguramente conhecem a obra de Thorsten Veblen. Ele era um dos membros do staff da Faculdade na New School desde o começo. Não era marxista, mas estava muito influenciado pelo marxismo, e era mais ou menos o único cientista social importante dos Estados Unidos naquela época, na década de vinte, que havia levado a sério o marxismo. Existia também o velho Partido Socialista, que contava com uns poucos pensadores interessantes, especialmente Lous Boudin, que seguia o molde de Kautsky e as teorias socialdemocratas do partido alemão. Mas era um pensador original. E havia mais uns poucos. Porém, à parte disso, ao menos na academia, o marxismo não tinha nenhuma influência, e o que se sabia sobre ele era uma caricatura, nada sério. Não havia nenhuma tradição marxista séria. Quando voltei de Londres no outono de 1933, isso começava a mudar. Havia bastante contestação e pensamento em torno das grandes universidades. Eu estava em Harvard, mas isso

REVISTA Soc. bras. Economia Política, Rio de Janeiro, nº 14, p. 97-108, junho 2004

SEP14.p65

103

09/05/04, 23:13

• 103

era certo também em outras universidades. Particularmente em Nova York, na New York University, no City College. Nos anos trinta o Partido Comunista crescia rapidamente, certamente, e estava conseguindo um papel de líder na organização da classe operária, e também a CIO, a federação dissidente da American Federation of Labor. E falando em geral, foi um período de muito trabalho teórico, não muito sofisticado, mas um bom fermento e havia muito interesse. E esse foi o contexto em que me converti em um marxista autodidata. Eu havia tido uma formação neoclássica normal, mas como marxista tinha o problema de como ensinar a mim mesmo, e certamente de como unir isso à absorção de outras tradições, a alemã e a européia em particular. Nesse período foi quando escrevi, durante vários anos, The Theory of Capitalist Development, que havia começado mais ou menos como um esforço para me esclarecer. Estava dando aula de economia do socialismo desde 1935 ou 1936, e o interpretávamos de duas maneiras. Primeiro, como a economia de uma sociedade socialista. E também como as teorias econômicas dos movimentos socialistas. Certamente, no segundo sentido havia muitas tradições socialistas, o socialismo Cristão, o Fabiano, etc., e o marxista. Eu tentei elevar o nível com que era tratado o marxismo nesse curso, e em outras aulas e seminário para graduados, e me dei conta de que fazia falta uma longa e dura luta para superar as tradições e inibições da educação neoclássica. Não sei. Não posso dizer que tive muito êxito no começo. Levou muito, muito tempo, eu poder aceitar a teoria marxista do valor trabalho porque me havia acostumado completamente à maneira de pensar da teoria dos preços baseados na utilidade marginal e outras. E durante muito tempo fui incapaz de ver como podia existir outro tipo de teoria do valor com propósitos completamente diferentes. Levou anos. Terminei a Teoria do desenvolvimento capitalista pouco depois de começada a Guerra, e se publicou apenas uns meses antes de eu mesmo entrar para o exército. Nesse momento creio que podia me chamar de marxista, com uma bagagem razoável de instrumentos teóricos de pensar e um conhecimento dos textos clássicos. Porém de nenhuma maneira se tratou de algo rápido. E sobre o famoso economista conservador Joseph Schumpeter, que foi seu amigo durante toda sua vida (SWEEZY, 1943), escreve: Schumpeter era uma figura única. Havia entendido a importância do marxismo. De fato, era um contemporâneo do grupo de Viena, que incluía Hilferding, Otto Bauer e Max Adler, as figuras principais da escola austromarxista. Ele entendeu o significado intelectual deste grupo, sua importância. Sua própria tentativa de conseguir uma teoria global do capitalismo estava construída como uma alternativa ao marxismo. Em outras palavras, dedicou ao marxismo a atenção que significa compreendê-lo e reconhecer que era a tendência intelectual mais importante da época. Isto é muito diferente de tudo que havia no mundo anglo-saxônico, onde simplesmente não se levava a sério o marxismo; considerava-se parte disso que Keynes chamava de submundo intelectual, que ele mesmo não levou a sério. Assim

104 •

SEP14.p65

REVISTA Soc. bras. Economia Política, Rio de Janeiro, nº 14, p. 97-108, junho 2004

104

09/05/04, 23:13

que, pessoalmente, eu o apreciava muito, e ele a mim, creio. De fato, não fui na realidade seu estudante, mas pessoalmente me influenciou muito. Por último, sobre seus contatos e os da Monthly Review, Sweezy deixa claro tanto o conteúdo intelectual da massa social que se relacionou com eles, como a ausência de influência do setor operário ou originada dele: “Podemos encontrar gente que vem nos ver habitualmente quando chegam a Nova York, nas Nações Unidas ou na New School ou lugares desse tipo. John Eatwell é um que às vezes vem. Eric Hobsbawm também vem quando está em Nova York, não eram assíduos, mas duas ou três vezes. Monthly Review é uma espécie de centro por si mesma, de caráter muito informal, que nos proporciona alguns contatos. Não temos muitos, gostaríamos de ter mais, de uma ampla variedade. Não é em realidade um movimento que proporcione tais contatos. Se Harry Braverman estivesse vivo, poderia ter estabelecido contatos estreitos desse tipo com todas as tendências e facções do movimento operário. Não sei. Não temos em realidade contatos desse tipo”. Porém em sua época em Harvard, teve alguma atividade sindical e ajudou a construir a Har vard Teachers Union.

a) Trabalhos selecionados de Sweezy no New Palgrave: a Dictionary of Economics, eds. J. Eatwell, M. Milgate, P. Newman, Macmillan, London, vol. IV, pp. 582: SWEEZY, Paul (1938): Monopoly and Competition in the English Coal Trade: 1550-1850, 1972: Westport. SWEEZY, Paul (1939a): “Demand under conditions of oligopoly”, Journal of Political Economy , 47, p. 568-573. SWEEZY, Paul (1939b): “Interest groups in the American economy”. In US National Resources Committee, The Structure of the American Economy, Parte I, Washington, D. C.: US Government Printing Office. SWEEZY, P. (1942): The Theory of Capitalist Development. Principles of Marxian Political Economy , Monthly Review Press, New York. SWEEZY, Paul (1943): “Professor Schumpeter’s theory of innovation”, Review of Economics and Statistics , 25, febrero, p. 93-96. SWEEZY, Paul M., ed. (1949): Karl Marx and the Close of His System by Eugen BöhmBawerk and Böhm-Bawerk’s Criticism of Marx by Rudolf Hlferding, Clifton: A.M. Kelley [versión española: Economía burguesa y economía socialista, trad. de Celina Manzoni, Pasado y Presente, Buenos Aires, 1974, 227 p., a partir de la edición italiana de Giuseppina Panzieri Saija (1971); Economía borghese ed economía mar xista / Le fonti dello scontro teorico, La nuova Italia, Florencia, cotejada con la versión inglesa de Augustas M. Kelley, Clifton, Nueva York, 224 p.]. SWEEZY, Paul; Leo Huberman (1960): Cuba: Anatomy of a Revolution, New York: Monthly Review Press.

REVISTA Soc. bras. Economia Política, Rio de Janeiro, nº 14, p. 97-108, junho 2004

SEP14.p65

105

09/05/04, 23:13

• 105

SWEEZY, Paul; Paul Baran (1966): Monopoly Capital, An Essay On The American Economic and Social Order, Monthly Review Press, New York [El capital monopolista, Siglo XXI, México, 1972 Ensayo sobre el orden económico y social de los Estados Unidos, Ed. Siglo XXI, México, traducción de Arminda Chávez de Yáñez, 1974 (1ª edición, 1968), 311 p.]. SWEEZY, Paul; Leo Huberman (1969): Socialism in Cuba, New York: Monthly Review Press. SWEEZY, Paul; Harry Magdoff (comp., 1970). The Dynamics Of U.S. Capitalism: Corporate Structure, Inflation, Credit, Gold, and The Dollar, New York: Monthly Review Press. SWEEZY, Paul (1972): Modern Capitalism and Other Essays, Monthly Review Press, New York. SWEEZY, P.; Dobb, M.; Hilton, R.; Lefebvre, G.; Hill, C.; Takahashi, H. K. (1976): The Transition from Feudalism to Capitalism. London: New Left Books. SWEEZY, Paul; Harry Magdoff (1977): The End of Prosperity: the American Economy in the 1970s, Monthly Review Press, New York. SWEEZY, Paul (1981a): Four Lectures On Marxism, Monthly Review Press, New York. SWEEZY, Paul (1981b): Post-Revolutionary Society, Monthly Review Press, New York.

b) Bibliografía citada em New Palgrave: a Dictionary of Economics, eds. J. Eatwell, M. Milgate, P. Newman, Macmillan, London, vol. IV, p. 582. FOSTER, John Bellamy (1986): The Theory of Monopoly Capitalism: an Elaboration of Marxian Political Economy, Monthly Review Press, New York. GILBERT, R. et al. (1938): An Economic Program for American Democracy, New York: Vanguard. STEINDL, J. (1952): Maturity and Stagnation in American Capitalism, Blackwell, Oxford [Madurez y estancamiento en el capitalismo americano, Siglo XXI]. U. S. Supreme Court (1957): “Sweezy v New Hampshire”, US Reports , October Term, 1956.

c) Outras Referências bibliográficas: ANDREU, M. (1980): “Postface”, en Gillman, J. M. (1957): The Falling Rate of Profit: Marx’s Law and its Significance to Twentieth Centur y Capitalism, Cameron Associates, Nueva York [versión francesa: La baisse du taux de profit , Études et Documentation Internationales, París, 1980, ed. de M. Andreu, p. 191-251].

106 •

SEP14.p65

REVISTA Soc. bras. Economia Política, Rio de Janeiro, nº 14, p. 97-108, junho 2004

106

09/05/04, 23:13

DESAI, Meghnad (1979): Marxian Economics, Oxford: Basil Blackwell. FOSTER, John Bellamy (1987): “Sweezy, Paul Malor”, New Palgrave: a Dictionary of Economics , eds. J. Eatwell, M. Milgate, P. Newman, Macmillan, London, vol. IV, p. 580-2. MAGDOFF, Harry; P. Sweezy: Estancamiento y explosión financiera en Estados Unidos, Siglo XXI. SWEEZY, Paul (1932): “A note on relative shares”, Review of Economic Studies. SWEEZY, Paul (1934): “Professor Pigou’s theory of unemployment”, Journal of Political Economy. SWEEZY, Paul (1937): “On the definition of monopoly”, Quarterly Journal of Economics. SWEEZY, Paul (1949): “Fabian political economy”, Journal of Political Economy. SWEEZY, Paul (1953): “A crucial difference between capitalism and socialism”, in Past and Present. New York: Monthly Review Press. Reprinted in Marx and Modern Economics, David Horowitz ed., New York: Monthly Review Press 1968, p. 320-1. SWEEZY, Paul (1968): “Karl Marx and the industrial revolution”, in Eagly, Robert V. (ed.) (1968): Events, ideology and economic theory, Wayne State University Press, Detroit. SWEEZY, Paul (1970): “Toward a critique of economics”, Monthly Review, enero, p. 3-9 [también en Review of Radical Political Economics, 3, julio, p. 59-66]. SWEEZY, Paul (1972): “On the theory of monopoly capitalism”, in Sweezy (1972). SWEEZY, Paul (1974): El presente como historia, Tecnos, Madrid, 1974. SWEEZY, Paul (1974): “Capitalism, for worse”, Monthly Review , 25, febrero, p. 1-7. SWEEZY, Paul (1974): “Monopoly capital and the theory of value”, Monthly Review, enero. SWEEZY, Paul (1974): “Quelques problèmes de la théorie de l’accumulation du capital”, Les Temps modernes, enero, p. 1211-1230. SWEEZY, Paul (1974): “Baran and the danger of Inflation”, Monthly Review 27, 7: 11-14. SWEEZY, Paul (1976): “Transition au socialisme ou transition socialiste?”, Les Temps Modernes, n. 355, febrero [versión española: “¿Transición al socialismo o transición socialista?”, Zona Abierta, 9/10, 1977, p. 148-150]. SWEEZY, Paul (1978): “The present state of the global crisis of capitalism”, Monthly Review , 29, abril, p. 1-12. SWEEZY, Paul (1979): “El nuevo orden económico internacional”, Revista Mensual, Vol. 3, n. 1. SWEEZY, Paul (1979): “Marxian value theory and crisis”, Monthly Review, 31 (3), julioagosto, p. 1-17 [“La teoría del valor de Marx y las crisis”, Revista Mensual, p. 103123]. SWEEZY, Paul (1979): “Paul Sweezy replies to Ernest Mandel”, Monthly Review, julioagosto, p. 76-86.

REVISTA Soc. bras. Economia Política, Rio de Janeiro, nº 14, p. 97-108, junho 2004

SEP14.p65

107

09/05/04, 23:14

• 107

SWEEZY, P. (1980): “The nature of post-revolutionary societies”, Monthly Review, 32, noviembre, p. 1-13. SWEEZY, Paul (1981): “Competition and monopoly”, Monthly Review, 33 (1), p. 1-16. SWEEZY, Paul (1981): The Deepining Crisis of U. S. Capitalism, Monthly Review Press, New York. SWEEZY, Paul (1982): “La crise économique aux États-Unis”, in Dostaler, Gilles (comp.) (1982): La crise économique et sa gestion, Boréal Express, Montreal. SWEEZY, P. (1984): The transition from capitalism to socialism, Macmillan, London. SWEEZY, P. (1985): “After capitalism, what?”, Monthly Review, julio-agosto, p. 98-111. SWEEZY, Paul (1986): “A comment on Wallerstein”, Monthly Review, febrero. SWEEZY, Paul (1986): “The regime of capital”, Monthly Review, 37 (8), p. 1-11. SWEEZY, Paul (1987): “Monopoly capitalism”, en New Palgrave: a Dictionary of Economics, eds. J. Eatwell, M. Milgate, P. Newman, Macmillan, London, vol. III, p. 541-544. SWEEZY, Paul (1988): “The stock market crash and its aftermath”, Monthly Review, 39 (10), p. 19-29. SWEEZY, Paul (1991): “Monopoly Capital after twenty-five years”, Monthly Review, 43 (7), p. 52-57. SWEEZY, Paul (1992): “On understanding the history of capitalism”, Monthly Review , 44 (5), p. 1-9. SWEEZY, Paul (): “Is there a ruling class in the USSR?”, Monthly Review. SWEEZY, Paul: Crítica a la ciencia económica, Periferia, Buenos Aires. SWEEZY, P.; C. Bettelheim (1971): Letters on the transition to socialism, Monthly Review Press [Algunos problemas actuales del socialismo, S. XXI, Madrid, 1973 (5ª ed., 1977)]. SWEEZY, Paul; Magdoff, H. (1969): “Notes on the multinational corporation”, Monthly Review, octubre-noviembre. SWEEZY, P.; H. Magdoff (1979) “Inflation without end?” Monthly Review 31, 6: 1-10. SWEEZY, P.; H. Magdoff (1983) “Supply-side theory and capital investment”, Monthly Review 34: 1-9. TONAK, E. A.; S. Savran (1987): “Interview with Paul Sweezy”, Monthly Review, 38 (11), p. 1-28. (Tradução do espanhol de Helena Hutz)

Nota 1

E aqui Lebowitz lembra do seguinte artigo de Lawrence S. Lifshultz. Could Karl Marx Teach Economics in America?. Ramparts, Vol. 12, No.9 (April, 1974)

108 •

SEP14.p65

REVISTA Soc. bras. Economia Política, Rio de Janeiro, nº 14, p. 97-108, junho 2004

108

09/05/04, 23:14

View more...

Comments

Copyright � 2017 SILO Inc.